A Visão do Cristo Glorificado - Luciano de Paulo Lourenço
Publicado em 2 de Abril de 2012 as 05:01:18 PM
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Texto básico: Apocalipse 1:9-18
“Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive;
fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as
chaves da morte e do inferno”(Ap 1:17,18).
INTRODUÇÃO
João estava preso na ilha de Patmos em decorrência de sua lealdade à
Palavra de Deus e ao testemunho de Jesus (Ap 1:9). Ele foi arrebatado em
Espírito e ouviu por detrás dele uma voz com a limpidez, volume e
timbre de uma trombeta (1:10). Ao voltar-se para quem falava, João viu
“sete candeeiros de ouro”, que simbolizava as sete igrejas descritas no
livro de Apocalipse (Ap 1:11; 1:20). A Pessoa no meio dos candeeiros era
semelhante ao Filho do homem, cujas vestes externas eram talares, isto
é, longas como a beca de um juiz (Ap 1:13). Ele estava cingido pelos
peitos com um cinto de ouro, que simboliza a justiça e fidelidade do seu
julgamento. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã,
retratando sua eternidade como o Ancião de Dias(Dn 7:9) e a sabedoria e
pureza de suas sentenças. Os seus olhos eram como chama de fogo (1:14),
que se referem ao seu conhecimento perfeito, discernimento infalível e
escrutínio inescapável. Os seus pés eram semelhantes ao bronze polido
(1:15), como que refinado numa fornalha; uma vez que o bronze costuma
representar julgamento, sua presença aqui corrobora a ideia de que se
tem em vista, a cima de tudo, a função judicial de Cristo. Sua voz era
semelhante às ondas do mar ou a cachoeiras majestosas e assustadoras que
descem uma montanha. Tinha na mão direita sete estrelas (1:16), uma
representação de poder, controle e honra; Cristo está não apenas entre
as igrejas, mas as têm em suas próprias mãos. Da sua boca saía-lhe uma
afiada espada de dois gumes, representando a Palavra de Deus(Hb 4:12),
que se refere aos veredictos incisivos e precisos acerca de seu povo,
como se vê nas cartas às sete igrejas. O seu rosto brilhava como o sol
ao meio-dia (1:16), com o esplendor ofuscante e transcendente da glória
de sua divindade. Esse que João viu é o Cristo Glorificado, que se
revela não apenas em glória, mas como o Senhor de toda a glória, o qual
está entronizado à destra do Pai e apresenta-se como Rei dos reis e
Senhor dos senhores (Ap 17:14; 19:16). Ao vê-lo, João prostrou-se aos
seus pés como morto. É impossível ver a glória do Senhor sem se
prostrar. Temos hoje uma visão do Cristo glorificado?
I. O CRISTO ENCARNADO
Por ocasião de sua primeira vinda para manifestar o evangelho, Jesus
não apareceu glorificado. Teve uma vida semelhante à nossa, e esteve
sujeito ao cansaço, à fome, à sede e demais limitações de um corpo
não-glorificado. Precisou comer, dormir, andar, falar com as pessoas e
tocá-las. Por meio de sua encarnação, Ele falou aos judeus sobre o plano
da salvação. Paulo comenta que Jesus “aniquilou-se a si mesmo, tomando a
forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2:7). Nesse
momento, Jesus experimentou a humanidade. Nos primórdios do
cristianismo, a igreja foi nuveada com doutrinas heréticas oriundas do
segmento gnóstico. Um desses ensinos falsos era que Jesus não veio em
carne, ou seja, esses falsos mestres alegavam que Jesus não havia
encarnado, mas que um espírito se apossara do corpo do Senhor por
ocasião do seu nascimento ou batismo, retirando-se por ocasião da
crucificação. Os textos de 1João 4:1-3 denotam a existência desses
falsos mestres. O apóstolo João, porém, cuidou logo de refutar esse
ensino falso, que pertinaz procurava destruir a fé dos primeiros
cristãos. João chamou esses falsos mestres de “anticristos” - “… muitos se têm feito anticristos…”(1João 2:18). E o pior de tudo é que eles saíram do seio da igreja - “Saíram
de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam
conosco; mas isto é para que se manifestassem que não são todos de
nós”(1João 2:19). Esses falsos mestres se haviam infiltrado na
comunidade cristã com o fim de mesclar-se entre os irmãos para perverter
a doutrina dos apóstolos. Pareciam cristãos, mas não o eram de fato.
Ora, se no início da Igreja foi assim, quanto mais hoje em que a
apostasia é o principal tom.
1. A encarnação. “Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus”(1João 4:2).
O mais importante não é o fato histórico, ou seja, o fato de que Jesus
nasceu no mundo em um corpo humano, mas, sim, a confissão de uma Pessoa
Viva, de que Jesus Cristo veio em carne, a confissão
que reconhece Jesus como o Cristo encarnado. Quem o confessa também se
prostra diante dele como Senhor de sua vida. Hoje, encontramos
muitas pessoas dispostas a dizer coisas aceitáveis acerca de Jesus, mas
não a confessá-lo como o Deus encarnado. Dizem que Cristo é “divino”,
mas não que é Deus. Menosprezam a glória de Cristo. São, portanto,
falsos profetas, falsos mestres. No início da Igreja, os falsos
mestres do gnosticismo negavam tanto a divindade quanto a humanidade de
Cristo. Eles negavam tanto a sua encarnação como a sua ressurreição.
Eles negavam tanto a sua concepção virginal quanto a sua morte
expiatória. Eles separavam o Jesus do Cristo; faziam uma distinção entre
o Cristo divino e o Jesus histórico. Para eles, o Cristo veio sobre
Jesus no batismo e se retirou dele na cruz. João classifica esta posição
como heresia e procedente do anticristo. Não foi o Cristo que
veio “para” a carne de Jesus, mas o próprio Jesus era o Cristo vindo
“em” carne. Quem negar isto, ou seja, quem negar que Jesus é o Cristo e
que Ele veio em carne não é de Deus; é negar que ele seja o nosso Sumo
Sacerdote, que nos abre acesso à presença de Deus; é negar que ele seja o
nosso Salvador; é negar a redenção do corpo bem como a possibilidade do
encontro entre o humano e o divino. Portanto, a doutrina cristã
fundamental, que nunca pode ser transigida, é a da Pessoa divino-humana e
eterna de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Nenhum sistema pode ser
tolerado, por mais estrondosas que sejam as suas pretensões ou por mais
cultos que sejam os seus adeptos, se negar que Jesus é o Cristo vindo em
carne, isto é, se negar a sua divindade eterna ou a sua humanidade
histórica.
2. O objetivo da encarnação de Cristo. Em
Nazaré, a cidade da juventude, Jesus entrou, num sábado, na sinagoga,
segundo o seu costume. Lá, Ele levantou para ler as Escrituras do Antigo
Testamento. O auxiliar lhe deu o pergaminho no qual a profecia de
Isaias estava escrita. O Senhor estendeu o rolo até a parte que agora
conhecemos como Isaías 61, e leu o versículo 1 e a primeira metade do
versículo 2: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu
para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do
coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr
em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor“(Lc
4:18,19). Quando Jesus disse “hoje se cumpriu a Escritura que
acabam de ouvir”, ele estava dizendo de maneira mais clara possível que
era o Messias de Israel, e o objetivo de sua encarnação. Jesus veio para
tratar dos enormes problemas que têm afligido a humanidade através da
história:
- Pobreza: “Levar boas notícias aos pobres”(NTLH). A pobreza não é vista propriamente como escassez de bens materiais, mas
como necessidade da alma. No Sermão da Montanha Jesus proclamou: “bem-aventurados os pobres“.
Nesse contexto, pobre éo que tem uma carência espiritual! Por
conseguinte, é aquele que reconhece suas verdadeiras necessidades
espirituais. E por isso almeja um relacionamento mais profundo com Deus
como o fez o salmista: “Como o cervo brama pelas correntes das
águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede
de Deus, do Deus vivo…“(Sl 42:1,2).
· Tristeza: “Restaurar os contritos de coração”(RC).
O pecado escraviza e debilita o homem, os quebrantados de coração são
aqueles oprimidos e machucados pelo pecado, portanto Jesus veio
proporcionar a cura.
· Escravidão: “Apregoar liberdade aos cativos”.
Os prisioneiros do pecado sentem medo da morte, sente-se culpado diante
de Deus, praticam tudo aquilo que não agrada ao Senhor, motivos estes
que conduziram Jesus ao calvário, dando liberdade integral ao homem
oprimido pelo pecado. “Se, pois, o Filho do Homem vos libertar,
verdadeiramente, sereis livres”(João 8.36).
· Sofrimento: “Dar vista aos cegos”.
Existem cegos fisicamente e cegos espirituais, aqueles que não conseguem
perceber a verdade de Deus, como nos mostra as escrituras - “nos quais o
deus deste século (satanás) cegou os entendimentos dos incrédulos, para
que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a
imagem de Deus”(2Co 4:4). Jesus veio libertá-los desse sofrimento. Ele
se apresentou como a resposta para todos os males que nos atormentam. E
se pensarmos nesses males em sentido físico ou espiritual, isto também
se aplica. Cristo é a resposta.
· Opressão: “Pôr em liberdade os oprimidos”. Isto é, romper os grilhões do mal e proclamar a libertação do pecado e do domínio satânico.
· Perdição eterna: “anunciar o ano aceitável do Senhor“.
Jesus encarnou-se para propiciar o amanhecer de uma nova era para o ser
humano: a Salvação da sua alma. A salvação do homem anunciada pelo
próprio Senhor Jesus cumpre-se na integra na vida daqueles que dão
ouvidos as Escrituras Sagradas e deixam o poder de Deus agir em suas
vidas. É significativo que Jesus termina a leitura com as palavras “anunciar o ano aceitável do Senhor“. Perceba que Jesus não acrescentou as palavras restantes de Isaias: “… e o dia da vingança do nosso Deus”.
O propósito da sua primeira vinda, da sua encarnação, foi “anunciar o
ano aceitável do Senhor”. A atual época da graça é o tempo aceitável e o
Dia da salvação. Ao voltar à Terra pela segunda vez, será para
proclamar o “Dia da vingança do nosso Deus”.
II. O CRISTO HUMILHADO E FERIDO DE DEUS
O capítulo 53 de Isaias é um dos textos mais conhecidos da Bíblia.
Nele o profeta dá riqueza de pormenores sobre o sofrimento de Jesus.
Após indagar quem havia dado crédito à pregação do Servo do Senhor,
apresenta-O sem parecer nem formosura, fala que Ele está desprezado e
tornado o mais indigno entre os homens (Is 53:3). Diz
que Ele assumiu a posição de vítima no sacrifício, tomando sobre si as
nossas enfermidades, as nossas dores. Tornou-se Ele o ferido de Deus e oprimido [humilhado] (Is 53:4). Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades (Is 53:5), ou seja, assumia a condição da vítima dos sacrifícios da lei, levando a culpa do ofertante sobre si (Is 53:6). O profeta afirma que não houve apenas sofrimento, mas morte, pois foi levado como cordeiro ao matadouro (Is 53:7), sendo cortado da terra dos viventes (Is 53:8), devidamente sepultado (Is 53:9), embora fosse justo. Sua morte representou verdadeira expiação do pecado (Is 53:10), que teria o agrado do Senhor e representaria a justificação de muitos (Is 53:11), a ponto de levar sobre si o pecado de muitos e de poder interceder pelos transgressores, embora, para tanto, tivesse tido de ser contado com eles (Is 53:12). Cristo foi humilhado, mas não abriu a sua boca. Diz o profeta Isaias: “Ele foi oprimido [humilhado],
mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como
a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca“(Is
53:7). Esta observação do profeta Isaias acerca do Sofredor paciente
ocorre duas vezes neste versículo. Ele não abriria a sua boca. Em primeiro lugar, Ele não precisava se defender, visto que nenhuma acusação válida foi feita contra Ele. Em segundo lugar,
seu julgamento foi apenas uma farsa judicial conduzida por hipócritas
sem princípios, reivindicando motivos piedosos, enquanto naquele exato
momento estavam violando as leis judaicas da jurisprudência; por
conseguinte, nenhuma defesa faria diferença. Diante do Sinédrio, Jesus falou somente quando o silêncio significaria uma renúncia da sua divindade e de ser o Messias(Mt 26:63,34). Diante de Pilatos, Ele somente falou quando o silêncio significaria a renúncia da sua realeza. E diante do incestuoso Herodes, o Tetrarca, não falou uma só palavra(Lc 23:9). Como a ovelha muda perante os seus tosquiadores,
assim o nosso Senhor suportou em silêncio a sua humilhação. É bom
ressaltar que o sofrimento de Cristo e sua morte na cruz são o ponto
central da história. Para lá todas as estradas do passado convergem; e
de lá saem todas as estradas do futuro. Somente conhecemos a Cristo
vendo-o na cruz. Somente encontramos Jesus se pudermos vê-lo como Cristo
crucificado. Não podemos vê-lo antes da cruz somente, nem depois
somente. Muitos param antes da cruz. Outros tentam encontrá-lo somente
como ressuscitado. Muitos evitam a cruz, e assim fazendo rejeitam a
Jesus. É bom ressaltar que não estamos simplesmente falando do madeiro
em si mesmo, mas da “cruz” de Cristo que representa a sua obra redentora
mediante sua morte substitutiva no Calvário.
III. O CRISTO GLORIFICADO
João tem uma visão do Cristo na sua glória excelsa (Ap 1:13-18): “E,
no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do Homem, vestido
até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um cinto de
ouro“. “E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os olhos, como chama de fogo”; “E
os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivesse sido
refinado numa fornalha; e a sua voz, como a voz de muitas águas”. “E
ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda
espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força
resplandece”. “E eu, quando o vi, caí a seus pés como
morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o
Primeiro e o Último”; “E o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno”. No versículo 16, veja o que João diz: “E
ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda
espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força
resplandece”. O que João vê agora não é mais um Cristo servo,
perseguido, preso, esbofeteado, com o rosto cuspido, mas do Cristo cheio
de glória, Glorificado. A luz do sol supera o brilho dos candelabros. O
que João contempla aqui não é mais um rosto desfigurado, ensanguentado,
mas um rosto que brilha como o sol. Agora não é mais o Cristo
humilhado, mas o Cristo exaltado. Não é mais o Cristo torturado pela
sede, esbordoado pelos algozes, ferido pelos soldados, mas o Cristo
majestoso diante de quem todo joelho se dobra. Ele disse a João: “fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno“(1:18).
Aqui, o Cristo Glorificado mostra a João a sua vitória triunfal. Ele
não apenas está vivo, mas está vivo para sempre. Ele não só ressuscitou,
ele venceu a morte e tem as chaves da morte e do inferno. Morte, aqui,
se refere ao corpo, e o inferno, à alma. A palavra inferno também pode
ser traduzida por “Hades”, um termo usado para descrever o reino dos
mortos e o estado sem corpo. Quando uma pessoa sem salvação morre, a
alma vai para esse lugar, enquanto o corpo desce à cova. Para o cristão,
entretanto, esse estado corresponde a estar na presença do Senhor; na
ressurreição, a alma será reunida ao corpo glorificado e arrebatada à
casa do Pai Celestial. Tanto a morte quanto o Hades serão lançados
no lago do fogo no juízo final (Ap 20:14). Quem tem as chaves tem
autoridade. Jesus recebeu do Pai toda autoridade no céu e na terra (Mt
28:18). Jesus tem não apenas a chave do céu (Ap 3:7), mas também a chave
da morte (túmulo). Agora a morte não pode mais infligir terror, porque
Cristo está com as chaves, podendo abrir os túmulos e levar os mortos à
vida eterna. João quando viu o Cristo em sua Excelsa Glória ele não
suportou, caiu como morto - “E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto”(v.
17). O mesmo João que debruçara no peito de Jesus, agora cai a seus pés
como morto. Isaías, Ezequiel, Daniel, Pedro e Paulo (Is 6:5; Ez 1:28;
Dn 8:17; 10:9,11; Lc 5:8; At 9:3,4) passaram pela mesma experiência ao
contemplarem a glória de Deus. Em nossa carne não podemos ver a Deus,
pois ele habita em luz inacessível (1Tm 6:16). É impossível ver a glória
do Senhor sem se prostrar. O que a igreja necessita hoje é uma
clara percepção de Cristo e Sua glória. Necessitamos vê-lo exaltado em
Seu alto e sublime trono. Há uma perigosa ausência de admiração
reverente e adoração em nossas assembléias hoje. Orgulhamo-nos de nos
levantar sobre os nossos próprios pés, em vez de cairmos com o rosto em
terra ante os pés do Cristo Glorificado.
1. Ressurreição. A ressurreição é a restituição à vida, ou seja, o retorno à unidade entre corpo, alma e espírito, que havia quando da vida física.
É válido ressaltar que a ressurreição de Jesus foi a primeira
ressurreição propriamente dita, porque Jesus ressuscitou em corpo
glorificado, para não mais morrer, visto que não pecou e venceu o pecado
e a morte, morte que é o último inimigo a ser derrotado(1Co 15:54, 55).
Por isso, Jesus foi feito “as primícias dos que dormem” (1Co 15:20). É importante observar que Jesus ressuscitou enquanto homem e, portanto, foi o Deus Pai quem O ressuscitou (At 2:32; 3:15; 4:10; 10:40; 13:30,37; Rm 4:24; 1Co 6:14; 15:15; 1Pe 1:21). Com a ressurreição, Jesus foi exaltado sobre todo o nome (Fp 2:9). A ressurreição de Jesus Cristo
é a demonstração de que o seu sacrifício foi aceito por Deus (Is
53:10-12), assim como a saída do sumo sacerdote do lugar santíssimo em
vida significava, no tempo da lei, que Deus havia perdoado as
iniquidades do povo e que cobrira os pecados por mais um ano (Lv
16:29-34). A ressurreição de Jesus Cristo é a
demonstração de que Ele venceu a morte e que, por isso, também nós
poderemos nEle vencê-la e alcançar a vida eterna (Rm 8:11; 2Co 4:14; Ef
2:6; 1Ts 4:14). A ressurreição de Jesus Cristo é a
principal garantia de que devemos aguardá-lo, pois, assim como Ele
ressuscitou, como havia prometido, Ele também voltará para arrebatar a
sua Igreja e nos livrar da ira futura (1Co 15:51-57; 1Ts 1:10).
2. Ascensão. A Ascensão de Jesus Cristo é a
Sua grande coroação como Rei dos reis e Senhor dos senhores. É o evento
pelo qual Cristo cumpriu o seu ministério terreno, concluiu suas
aparições pós-ressurreição, deixou a Terra, e subiu ao Céu, de onde
aguardamos o seu retorno fisicamente, conforme nos garante a Palavra de
Deus. À semelhança do que ocorrera no Monte da Transfiguração, o corpo
de Cristo foi elevado aos Céus já revestido de glória, poder e
celestialidade. Quando da sua segunda vinda, teremos um corpo semelhante
ao dele (1Co 15:50-58; 1João 3:2). No Evangelho segundo escreveu
Lucas é descrito esse fato da seguinte forma: “Então, os levou para
Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os
abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o Céu” (Lc 24:50-51 ARA). O Livro de Atos o descreve da seguinte forma: “Ditas
estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma
nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fitos no
céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se
puseram ao lado deles e lhes disseram: Varões galileus, por que estais
olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu
virá do modo como o vistes subir” (Atos 1:9-11 ARA). Podemos
afirmar ainda que a Ascensão de Cristo é o término de sua missão vicária
e de sua presença visível na terra. Se o dia da sua crucificação fosse a
Palavra final, estaríamos perdidos e nos restaria a confissão de
desespero dos discípulos de Emaús: “Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel” (Lc
24:21 ARA); seria o triunfo da lei, de Satanás e do Inferno. Todavia,
Cristo triunfou sobre os poderes das trevas, sobre o pecado, a morte e
Satanás. Agora, a cristandade pode confessar alegre e vitoriosamente:
“Creio na ressurreição da carne e na vida eterna”, pois a ascensão de
Cristo é a aprovação e a confirmação divina de toda a obra redentora de
Cristo, e sua coroação como Rei dos reis e Senhor dos senhores, como
Redentor e Juiz de vivos e de mortos. Glórias sejam dadas ao Senhor
Jesus Cristo!
3. A Segunda Vinda. A Promessa da segunda
Vinda de Cristo é a mais importante para a Igreja, é a razão da sua
própria fé. Ela é lembrada no Novo Testamento por 318 vezes. É “a
bem-aventurada esperança” de que trata Tito 2:13. Esse tão aguardado
evento significará, para a Igreja, o ápice de sua peregrinação neste
mundo (Mt 16:18). Ela representa o último estágio do processo da
Salvação, que é a glorificação. Paulo, na sua última epístola, mostra
que era esta a sua esperança, tanto que diz que esperava a coroa que
estava reservada não só a ele, mas a todos quantos amassem a vinda do
Senhor (2Tm 4:8), a nos indicar, portanto, que o motivo do bom combate,
da guarda da fé e da carreira até o fim era o amor à vinda de Jesus.
Em apocalipse 1:7, João faz uma descrição da gloriosa vinda do noivo
da igreja para estabelecer o seu reino na terra: “Eis que vem com as
nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas
as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!”. É a
verdade mais preciosa que contém a Bíblia. Enche o coração do crente de
gozo e o cinge com força para a batalha. Eleva-o por cima das lutas,
temores, necessidades, provas e ambições deste mundo, e o faz mais que
vencedor em todas as coisas. W. J. Grier diz que na sua gloriosa vinda,
as nuvens serão a sua carruagem; os anjos, a sua escolta; o arcanjo, o
seu arauto e os santos, o seu glorioso cortejo (W.J.Grier. O maior de todos os acontecimentos. Imprensa Metodista. São Paulo, SP).
Na primeira vinda, a glória de Cristo não era autoevidente, mas na
segunda vinda o será (Mc 14:61). A igreja triunfa com Ele, enquanto Seus
adversários lamentarão (1:7; 6:15-16; Zc 12:10).
CONCLUSÃO
Temos hoje uma visão do Cristo glorificado? Temos honrado o seu glorioso nome? Estamos nos preparando para nos encontrar com Ele, como as virgens prudentes? Nossas lâmpadas estão cheias de azeite? ——
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Prof. EBD - Assembléia de Deus - Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas: William Macdonald - Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento). Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal. Revista Ensinador Cristão - nº 49. O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS. Comentário Bíblico Beacon - CPAD. Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA. Rev.Hernandes Dias Lopes - Apocalipse - O futuro chegou. Rev.Hernandes Dias Lopes - Ouça o que o Espírito diz às Igrejas.
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