terça-feira, 10 de abril de 2012

A Visão do Cristo Glorificado - Ev. Isaias de Jesus

TEXTO ÁUREO = “Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.1 7,18).
VERDADE PRÁTICA = Embora  humilhado e ferido de Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou e, gloriosamente, voltará como rei dos reis e Senhor dos senhores.
LEITURA BIBLICA  = Apocalipse  1: 9 - 18
INTRODUÇÃO
Vv. 1-3. Este livro é a revelação de Jesus Cristo; toda a Bíblia o é, porque toda a revelação vem de Cristo e tudo se relaciona a Ele. Seu tema principal é expor os propósitos de Deus acerca dos assuntos da Igreja e das nações, segundo se relacionam com ela, e do fim do mundo. Tudo isto acontecerá com toda certeza, e começarão a acontecer dentro de pouco tempo. O próprio Cristo é Deus e tem luz e vida em si, mas como Mediador entre Deus e o homem, recebe instruções do Pai. A Ele devemos o conhecimento do que temos que esperar de Deus e do que Ele espera de nós. O tema desta revelação são as coisas que em breve devem acontecer. E pronunciada uma benção para todos os que lêem ou escutam as palavras desta profecia. Aqueles que investigam a Bíblia têm uma boa ocupação. Não basta ler e ouvir; devemos manter em nossa memória, afetos e na prática as coisas que aqui estão escritas, e seremos abençoados na obra. Até os mistérios e as dificuldades deste livro, que estão unidos às revelações de Deus, são adequados para imprimir na mente um temor reverente e para purificar a alma do leitor, ainda que este não discirna o significado profético. Nenhuma Outra parte das Escrituras expõe mais plenamente o Evangelho, e adverte melhor contra o mal que é trazido pelo pecado.
Vv. 4-8. Não pode haver verdadeira paz onde não há verdadeira graça; onde a graça for será seguida pela paz. Esta benção é concedida no nome de Deus, da santa Trindade, um ato de adoração. Primeiro nomeia-se ao Pai, descrito como Senhor, que é, que era e que há de vir, eterno e imutável. O Espírito Santo é chamado de “os sete espíritos”, o perfeito Espírito de Deus, em quem há diversidade de dons e operações. O Senhor Jesus Cristo foi, desde a eternidade, uma testemunha de todos os conselhos de Deus. Ele é o Primogênito dos mortos, que por seu poder ressuscitará o seu povo. Ele é o Príncipe dos reis da terra; por Ele os conselhos destes são derrogados, e diante dEle os homens são responsáveis por prestar contas.  O pecado deixa uma mancha de culpa e contaminação na alma. Nada pode tirar esta mancha, senão o sangue de Cristo, e Cristo derramou o seu próprio sangue para satisfazer a justiça divina e comprar o perdão e a pureza para o seu povo.
Cristo faz dos crentes reis e sacerdotes para Deus, o seu Pai. Como tais eles vencem ao mundo, mortificam o pecado, governam os seus próprios espíritos, resistem a Satanás, prevalecem com Deus em oração e julgarão o mundo. Ele os tem feito sacerdotes, lhes deu acesso a Deus, capacita-os para oferecer sacrifícios espirituais aceitáveis; por estes favores, eles lhe dão domínio e glória para sempre.
Ele julgará ao mundo. O apóstolo chama atenção a esse dia no qual todos veremos a sabedoria e a felicidade dos amigos de Cristo e a loucura e a desgraça de seus inimigos. Pensemos freqüentemente na Segunda Vinda de Cristo. Ele virá para terror daqueles que o ferem e o crucificam de novo em sua apostasia; Ele virá para assombro de todos os ímpios. Ele é o Princípio e o Fim; todas as coisas são dEle e para Ele; Ele é Todo-Poderoso; é o mesmo, Eterno e Imutável. Se desejamos ser contados com os seus santos na glória eterna devemos nos submeter agora voluntariamente a Ele, recebê-lo e honrá-lo como Salvador, pois cremos que virá a ser o nosso juiz. Oh! Há muitos que desejariam nunca morrer e que não houvesse um dia de juízo!
Vv. 9-11. O consolo do apóstolo é que não sofreu como malfeitor, mas pelo testemunho de Jesus, por testemunhar de Cristo como Emanuel, o Salvador; o Espírito de glória e de Deus repousou sobre este perseguido apóstolo. O dia e a hora desta visão foi o dia do Senhor, o dia do repouso cristão, o primeiro dia da semana, observado em memória da ressurreição de Cristo. Nós que o chamamos “Senhor nosso”, deveríamos honrá-lo em um dia próprio. O nome mostra como este dia sagrado deveria ser observado; o dia reservado ao Senhor deveria ser dedicado absolutamente a Ele, e nenhuma de suas horas deveria ser empregada de forma sensual, mundana ou em diversões.
Ele estava em uma atitude séria, celestial e espiritual, sob a influência da graça do Espírito de Deus. Os que desejam desfrutar da comunhão com Deus em um dia dedicado ao Senhor, devem procurar tirar os seus pensamentos e afetos das coisas terrenas. Se os crentes são impedidos de observar um santo dia dedicado ao Senhor, as ordenanças públicas e a comunhão dos santos, por necessidade e não por própria opção, podem buscar consolo na meditação e nos deveres secretos da influência do Espírito; ouvindo a voz e contemplando a glória de seu amado Salvador, e de cujas palavras de graça e poder confinamento algum ou alguma circunstância exterior os pode separar. E dado um alarme com o som da trombeta, e logo o apóstolo ouviu a voz de Cristo.
Vv. 12-20. As igrejas recebem a luz de Cristo e do Evangelho, e mostram-na a outros. Elas são os castiçais de ouro; devem ser preciosas e puras; não somente os ministros, mas os membros delas; assim a nossa luz deve brilhar diante dos homens, para que possamos levar outros a dar glória a Deus. O apóstolo viu o Senhor Jesus Cristo aparecer em meio aos castiçais de ouro. Ele sempre está com suas igrejas, até o fim do mundo, enchendo-as com luz, vida e amor. Estava vestido com um manto até os seus pés, talvez representando a sua justiça e o seu sacerdócio, como Mediador. Esta vestimenta estava cingida com um cinto de ouro, que pode denotar quão preciosos são o seu amor e afeto por seu povo. Sua cabeça e cabelos brancos como a lã e a neve podem representar a sua majestade, pureza e eternidade.
Seus olhos como chamas de fogo podem representar seu conhecimento dos segredos de todos os corações e dos acontecimentos mais distantes. Seus pés, como de bronze reluzente que arde em um forno, podem denotar a firmeza de seus desígnios e a excelência de seus procedimentos. Sua voz, como o som de muitas águas, pode representar o poder de sua palavra para resgatar ou destruir. As sete estrelas simbolizavam os ministros das sete igrejas às quais o apóstolo deveria escrever, e a quem Cristo sustentava e comandava. A espada representa a sua justiça e a sua palavra, que alcança até a divisão da alma e do espírito (Hb 4.12); seu rosto era como o sol, quando brilha clara e fortemente; a sua força é extremamente brilhante e capaz de cegar os olhos mortais que tentam contemplá-la.
O apóstolo estava surpreendido com a grandeza do brilho e da glória em que Cristo lhe apareceu. Devemos estar contentes em andar por fé enquanto estivermos aqui na terra. O Senhor Jesus disse palavras de consolo: Não temas. Palavras de instrução, dizendo quem era o que havia aparecido daquela maneira. Sua natureza divina: o Primeiro e o Último. Seus sofrimentos anteriores: esteve morto, e os seus discípulos o viram na cruz. Sua ressurreição e vida: venceu a morte e é a vida eterna. Seu ofício e autoridade: o domínio soberano sobre o mundo invisível, como juiz de tudo, de cuja sentença não há apelação. Ouçamos a voz de Cristo e recebamos as dádivas de seu amor; por que Ele se ocultaria daqueles por cujos pecados morreu? Então, obedeçamos a sua Palavra e entreguemo-nos totalmente àquEle que dirige todas as coisas retamente.                                                                    A VISÃO DO CRISTO GLORIFICADO  -  01 - 
Como temos visto, o Livro de Apocalipse, é o livro das visões de João, o apóstolo, quando este esteve preso e exilado na Ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e do seu amor a Jesus. Patmos era uma pequena ilha no Mar Egeu, para onde eram encaminhados os prisioneiros mais perigosos na época do Império Romano. Podemos perceber como os pregadores da Palavra de Deus no primeiro século eram tratados, uma vez que eram considerados como os piores criminosos.
No capítulo 1 do livro, João está descrevendo sua primeira visão na ilha. Nesta visão ele pode contemplar o Senhor Jesus em toda a sua manifestação de glória. Ele nos traz uma das mais lindas descrições do Filho de Deus nos céus, aquele que foi morto, mas ressuscitou e hoje esta à destra de Deus, vivendo sempre a interceder pela sua Igreja, Rm 8:34, “Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós”.
Já vimos alguns pontos nesta visão: Suas vestes compridas, simbolizando sua glória; seu cinto de ouro sobre o peito que tem como símbolo seu poder para julgar; sua cabeça branca, simbolizando sua eternidade; seus olhos de fogo, seu poder de penetrar todas as coisas, nada ficando escondido de sua presença. “QUEREMOS VER NESTA NOITE, MAIS ALGUNS ASPECTOS DA APARÊNCIA DE CRISTO EM SUA GLÓRIA”: 

SEUS PÉS SEMELHANTE AO BRONZE POLIDO
Vs. 15, “os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas”.
1. Embora o Filho do Homem glorificado, estivesse vestido com uma roupa comprida, seus pés não estavam cobertos, porém visíveis como o bronze reluzente, (brilhante).
a. A expressão “bronze polido”, vem do termo grego “calkolibanov” calkolibanos (calkos=bronze; laban=embranquecer), referência a “algum metal como ouro, se não mais precioso” (Bíblia Online SBB). Seus pés, estavam descalços, assim como ficavam descalços os pés dos sacerdotes durante a ministração perante o Senhor em Israel.
b. O brilho de seus pés resplandecia como o fino bronze incandescente numa fornalha, debaixo de uma alta temperatura. A idéia aqui é de um latão branco, grandemente aquecido até se tornar brilhante ao extremo e intolerável à vista humana.
2. O latão, ou bronze, simboliza algumas coisas na Palavra de Deus:
b. Simboliza poder e perseverança:
- Zc 6.1, “Outra vez, levantei os olhos e vi, e eis que quatro carros saíam dentre dois montes, e estes montes eram de bronze”. Pense na pujança, na magnificência desses montes altos brilhando em função do bronze, matéria com a qual foram construídos. É assim que Satanás, e nossos inimigos nos vêem. Somos aos seus olhos “montes de bronze”.
- Ml 4.13, Levanta-te e debulha, ó filha de Sião, porque farei de ferro o teu chifre e de bronze, as tuas unhas; e esmiuçarás a muitos povos, e o seu ganho será dedicado ao SENHOR, e os seus bens, ao Senhor de toda a terra”. As unhas de bronze, nesta passagem das Escrituras, demonstram o poder de guerra de Israel para esmagar as nações inimigas. Notem que este poder de guerra não é nato da nação, mas sim dado pelo Senhor. É o Senhor quem nos capacita para a Batalha, quando nos defrontamos com os nossos inimigos. É o Senhor quem peleja por nós, Êx 14:14, “O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis”.
b. Simboliza a firmeza do Juízo divino, como visto no altar de bronze e na serpente:
- Êx 27.1-7, “1 Farás também o altar de madeira de acácia; de cinco côvados será o seu comprimento, e de cinco, a largura (será quadrado o altar), e de três côvados, a altura. 2 Dos quatro cantos farás levantar-se quatro chifres, os quais formarão uma só peça com o altar; e o cobrirás de bronze. 3 Far-lhe-ás também recipientes para recolher a sua cinza, e pás, e bacias, e garfos, e braseiros; todos esses utensílios farás de bronze. 4 Far-lhe-ás também uma grelha de bronze em forma de rede, à qual farás quatro argolas de metal nos seus quatro cantos, 5 e as porás dentro do rebordo do altar para baixo, de maneira que a rede chegue até ao meio do altar. 6 Farás também varais para o altar, varais de madeira de acácia, e os cobrirás de bronze”. Devemos pensar que o altar era o lugar onde acontecia os sacrifícios, e conseqüentemente o lugar onde os pecados eram expiados, perdoados. Era ali que a ira de Deus contra o pecado era aplacada, acalmada. Um fato interessante sobre o altar estava nos quatro chifres, que servia de proteção a uma pessoa fugitiva que ficava em segurança quando corria e se agarrava a eles.
- Nm 21.8-9, “8 Disse o SENHOR a Moisés: Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será que todo mordido que a mirar viverá. 9 Fez Moisés uma serpente de bronze e a pôs sobre uma haste; sendo alguém mordido por alguma serpente, se olhava para a de bronze, sarava”. O contexto desta passagem esboça a realidade da mortandade que estava ocorrendo no meio do povo de Deus em razão de sua desobediência, por reclamar do alimento servido por Deus (Maná), chamando-o de “pão vil” (v. 5), considerando como melhores as comidas que comiam como escravos no Egito. Deus então, mandou para o acampamento “serpentes venenosas”, que picavam e espalhavam a morte no meio do povo. A “serpente de bronze”, construída pela ordem de Deus, era o alívio, o escape, pois quem fosse picado por uma serpente venenosa só escapava da morte quando olhasse para ela. Esta “serpente de bronze”, prefigurava Cristo, quando foi erguido no Monte Calvário, sendo a salvação para aqueles que olhassem para ele, João 3:14, “E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado”.
3. Outrora, os pés de Jesus palmilhavam as ruas de Jerusalém, em tarefas de misericórdia, os quais Maria lavou com sua lágrimas, e que os homens cruéis cravaram no Calvário. Estes pés, são agora os pés do vingador ao vir para pisar seus inimigos, Ap 14.19-20, “19 Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus. 20 E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios”. Temos aqui a figura do lagar que era uma “Espécie de tanque grande, geralmente cavado em rocha, no qual vários homens, com os pés descalços, pisavam as uvas para extrair delas o suco usado para fazer vinho”, Ne 13.15 (Bíblia Online SBB). Da mesma forma que a uvas eram pisadas pelos homens, nesta passagem vemos Jesus pisando os ímpios em sua ira de julgamento.
4. Sim, os pés de Jesus como “latão reluzente”, “bronze polido”, nos mostram o seu poder contra os inimigos, a ao mesmo tempo o se juízo que sobrevirá contra aqueles que o rejeitaram.       

SUA VOZ E SUA BOCA
Vs. 10, 12, 15, 16, “10 Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, 12 Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro 15 os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. 16 Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força”. Dois pontos são importantes para serem destacados aqui:
1. A “voz”. A boca é o instrumento de saída da voz. O Apocalipse é o livro da “voz”, cuja palavra, João usa por cerca de 50 vezes. A “voz” que João ouviu corresponde à voz do Ancião de Dias, descrito no Livro de Daniel, Dn 10.6, “o seu corpo era como o berilo, o seu rosto, como um relâmpago, os seus olhos, como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como o estrondo de muita gente”.
a. “Voz como de Trombeta”. “A trombeta fala de “ruído” e “poder”, anunciando acontecimentos prodigiosos que sucederão … era usada para alertar os exércitos romanos, colocando-os em estado de prontidão militar” (Novo Testamento Interpretado - Champlin). As trombetas anunciavam para os israelitas eventos como “Dia da Expiação”, Lv 29.9; “empreendimentos militares”, Jz 3.27, 7.18; “posse de novo rei”, 1 Rs 1.34, 2 Rs 9.13; “festividades religiosas”, Sl 81.3; etc. Usava-se trombetas para que o povo escutasse seu som e pelo tipo de toque pudesse saber o que estava acontecendo. A segunda vida de Cristo será incrementada com um forte toque de trombeta, 1 Ts 4.16, “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”. Aqui em apocalipse, a voz de Cristo pela sua clareza, assemelha-se ao toque forte de uma trombeta.
b. “Voz como de muitas águas”. O termo original “udwr” - hudor nos sugere que barulho produzido por estas “muitas águas”, é semelhante ao barulho de uma grande cachoeira ou das ondas do mar quando agitadas. Normalmente nos chamados livros “apocalípticos”, “águas”, são símbolo de nações enraivecidas e turbulentas, Ap 17.15, “Falou-me ainda: As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos, multidões, nações e línguas”. Quando Cristo aparecer no Juízo Final, sua voz clara, distinta e autoritária, abrangerá toda a terra, não ficando nenhuma nação sem ouvi-la. Ninguém poderá resistir ao poder sobrepujante de sua expressão. O salmista nos mostra que a terra se derreterá, quando Senhor proferir sua voz, Sl 46.6, “Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve”.
c. Quando Cristo andou na terra, sua voz se fazia ouvir através de seus ensinos com autoridade e homem nenhum falou como Ele, como nos descreveu João em seu evangelho: Jo 7.46, “Responderam eles: Jamais alguém falou como este homem”. Porém algum tempo depois sua voz foi ouvida pela última vez, como um forte brado no momento cruciante na cruz no Calvário, Mc 15.37, “Mas Jesus, dando um grande brado, expirou”. É verdade que na cruz os inimigos do Senhor silenciaram sua voz, por meio de sua morte física. Porém, agora é diferente. Sua voz é poderosa e silencia todas as vozes dos poderosos da terra.
2. A “espada de dois cortes que saia de sua boca”. Pode ser identificada aqui com a Espada do Espírito, que é a infalível Palavra de Deus. Vejamos alguns textos:
a. Ap 2.12, “Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes”.
b. Ef 6.17, “Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus”.
c. Hb 4.12, “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”.
d. A expressão “espada de dois gumes”, ou “espada do Espírito”, que ocorre nos textos lidos, nos dá a idéia de um instrumento que possui corte em dois lados, como um punhal. Ela alude ao alto poder de penetração que possui a Palavra de Deus. É por esta razão que no texto de Hebreus, temos a verdade de que a “Palavra Viva”, penetra até as entranhas do homem (divisão entre alma e espírito, juntas e medulas), fazendo vir à tona até os mais profundos pensamentos e intenções do coração.
5. A Palavra que a voz proclama, será a base do juízo e da sentença divina quando Cristo aparecer para julgar a terra, Is 11.4, “mas julgará com justiça os pobres e decidirá com eqüidade a favor dos mansos da terra; ferirá a terra com a vara de sua boca e com o sopro dos seus lábios matará o perverso”. Nem mesmo Satanás, na figura do Anticristo, escapará do sopro da boca de Cristo, 2 Ts 2:8: “então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda”. Como espada de dois cortes, a Palavra de Deus, salva, ou mata. É poderosa para disciplinar, ou destruir. 

A HUMANIDADE DE JESUS - ENCARNAÇÃO  == 2 João 7
Jesus foi um homem que convenceu aos que estavam mais próximos dele de que ele também era Deus. Sua humanidade não é posta em dúvida, Ao condenar aqueles que negavam que “Jesus Cristo veio em carne” (l Jo 4.2-3; 2Jo 7), João tinha por objetivo os mestres que substituíam a encarnação pela idéia de que Jesus era um ser sobrenatural (não Deus) que apenas parecia humano, mas que realmente apenas era assim na aparência, um mensageiro que não podia morrer pelos pecados.
Os Evangelhos mostram Jesus experimentando limitações humanas: (fome, Mt 4.2; fadiga, Jo 4.6; desconhecimento de fatos, Lc 8.45-47) e tristeza (Jo 11.35,38).
A Carta aos Hebreus insiste em que, se Jesus não tivesse compartilhado de todas estas facetas da experiência humana - fraqueza, tentação, sofrimento .- não estaria qualificado para ajudar-nos em tais provações (Hb 2.17-18; 4.15-16; 5.2,7.9). De qualquer maneira, sua plena experiência humana garante que a qualquer momento em nosso relacionamento com Deus podemos recorrer a ele, confiando no fato de que ele passou por isso antes de nós e é o ajudador de que necessitamos.
Cristãos que se concentram na divindade de Jesus têm, às vezes, pensado que minimizar sua humanidade é motivo de honra para Jesus. Por exemplo, sugere-se, às vezes, que Jesus esteve sempre consciente de sua onisciência e só fingia desconhecimento de fatos. Ou podia-se pensar que ele só fingia estar faminto e cansado porque, como uma espécie de super- homem, ele estava acima das necessidades da existência diária.
Porém a Encarnação significa que o Filho de Deus possui uma só Pessoa, que existe em duas naturezas, e que nada falta à sua natureza humana, exceto o pecado. A idéia de que as duas naturezas de Jesus eram semelhantes a circuitos elétricos alternativos, de moda que, às vezes, ele agia em sua humanidade e, às vezes, em sua divindade, é também uma idéia errada. Jesus não podia pecar, mas podia ser tentado. Satanás tentou-o a desobedecer ao seu Pai através da auto-satisfação, da auto-exibição e da auto-exaltação (Mt 4.1-11), e a tentação para fugir da cruz era constante (Lc 22,28; cf. Mt 16.23, e a oração de Jesus no Getsêmani).
Como ser humano, Jesus não podia vencer a tentação sem luta; porém, como ser divino, sua natureza era a de fazer a vontade de seu Pai (Jo 5.19,30), e, portanto, sua natureza era a de resistir e lutar contra a tentação até vencê-la, Desde que a sua natureza humana era conformada à sua natureza divina, era impossível que ele falhasse no decorrer da sua resistência. Era inevitável que ele suportasse as tentações até o fim, sentindo toda a sua força, e emergisse vitorioso para seu povo. Do que ocorreu no Getsêmani, ficamos sabendo quão agudas e agonizantes foram suas lutas, O resultado feliz para nós é que, “naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hb 2.18).
A RESSURREIÇÃO DE JESUS == Lucas 24.2
A ressurreição de Jesus foi um ato divino que envolveu todas as três Pessoas da Divindade (Jo 10.17-18; At 13.30-35; Rm 1.4). Não foi mera restauração do corpo físico desfalecido, tirado da cruz e sepultado. Foi uma transformação da humanidade de Jesus, que o capacitou a aparecer e a desaparecer e mover-se de forma invisível de um lugar para outro (Lc 24.31,36).
Foi a renovação criativa do seu corpo, que o tornou agora corpo totalmente glorificado e não mais sujeito à morte (Fp 3.21; Hb 7.16,24).
O Filho de Deus, no céu, vive no corpo e através do corpo e assim será para sempre. Em I Co 15.50-54, Paulo ensina que os cristãos que estiverem vivos na terra no momento em que Jes5 voltar passarão por transformação semelhante. Os que morreram em Cristo antes da sua vinda serão transformados do mesmo modo e jamais voltarão a morrer. O Cristianismo se apóia na certeza da ressurreição de Jesus corno fato ocorrido na história Os Evangelhos têm-na como seu ponto alto, como túmulo vazio e os aparecimentos do ressurreto, e o Livro de Atos insiste nisso (At 1.3; 2.24-35; 3.15; 4.10; 5.30-32; 13.33-37).
Paulo considera a ressurreição como prova indiscutível de que a mensageiii a respeito de Jesus, como Juiz e Salvador, é verdadeira (At 17.31; 1 Co 15.1-11,20).
A ressurreição de Jesus demonstrou sua vitória sobre a morte. (At 2.24; I Co 15.54-57), vindicando-o como Justo (Jo 16.10) e revelando sua identidade divina ( Rm 1.4).
Ela o conduziu à ascensão e ao seu atual Reino celestial. Garante o atual perdão e justificação do crente (Rm 4.25; 1 Co 15.17) e é a esperança de vida eterna para o crente em Cristo (Jo 11.25-26; Rm 6; Ef 1.18-2.10; Cl 2.9-15; 3.1-4).
A ASCENSÃO DE JESUS == Lucas 24.51
A ascensão de Jesus foi um ato de seu Pai que consistiu em afastá-lo da visão dos discípulos, que estavam com os olhas fitos no céu (um sinal de exaltação), para dentro duma nuvem (um sinal da presença de Deus, At 1.9-1 1).
Esse ato não foi uma forma de viagem espacial, mas o passo que se seguiu á ressurreição, o retomo de Jesus da morte às alturas da glória. Jesus predisse a ascensão (Jo 662; 14.2,12; 16.5,10,17,28; 20.17), e Lucas descreve-a (Lc 24.50-53; At 1.6-11).
Paulo a celebra e afirma o conseqüente senhorio de Cristo (Ef 1.20; 4.8-10; Fp 2.9-1 1; 1 Tm 3.16). O autor da Carta aos Hebreus aplica essa verdade para encorajar os corações desfalecidos (Hb 1.3; 4.14; 9.24). Jesus Crista é o Senhor do universo, fonte de enorme encorajamento para todos os crentes.
A ascensão, de certo ponto de vista, foi a restauração da glória que o Filho tinha antes da Encarnação; de outro ponto de vista, foi a glorificação da natureza humana de um modo que nunca ocorreu antes e, de um terceiro ponto de vista, foi o começo de um mina que antes não tinha existido dessa forma.
A ascensão estabelece três fatos:
1. O poderio pessoal de Crista. Ascensão significa elevação. Assentar-se à direita do Pai é ocupar a posição de soberano em nome de Deus (Mt 28.18; I Co 15.27; Ef 1.20-22; I Pe 3.22).
2. A onipresença espiritual de Crista. No santuário celestial da Sião celestial (Hb 9: 24; 12.22-24), Jesus é acessível a todos os que invocam o seu nome (Hb 4.14) e poderoso para auxiliá-los, em qualquer lugar do mundo (Hb 4.16; 7.25; 13.6-8).
3. O ministério celestialde Crista. O Senhor, como Rei, intercede por seu povo (Rm 8.34; Hb 7.25). Embora pedir ao Pai seja parte de suas atribuições (Jo 14.16), a essência da intercessão de Cristo é a intervenção em nosso favor, ao invés de súplica em nosso benefício (como se sua posição fosse de mera compaixão, sem status ou autoridade). Na sua soberania, ele agora prodigaliza em nosso favor os benefícios que seu sofrimento ganhou para nós. Do seu trono, ele envia o Espírito Santo constantemente para enriquecer seu povo (Jo 16.7-14; At 2.33) e equipá-lo para o serviço (Ef 4.8-12).
A SEGUDNA VINDA DE JESUS - 01 ==  I Ts 4:16
O Novo Testamento anuncia, repetidamente, que Jesus Cristo, um dia, voltará Sua segunda “vinda” ou “presença” (parousia, no grego) será a visita de um rei. O retomo de Cristo será pessoal e físico (Mt 24.44; At 1.11; Cl 3.4; 2Tm 4.8; Hb 9.28), visível e triunfante (Mc 8.38; 2Ts 1.10; Ap 1:7)
Na segunda vinda, Jesus porá fim à historia, ressuscitará os mortos e julgará o mundo (Jo 5.28-29) e conferirá aos filhos de Deus sua glória final (Rm 8.17-18, Cl 3:4) Paulo diz que, então, Cristo entregará o reino ao Deus e Pai e se sujeitará ao Pai (1 Co 15.24-28, nota). Ao declarar isso, Paulo não quer dizer que Cristo terá sua honra reduzida, mas que ele terá completado o plano que lhe foi atribuído por Deus para redimir os eleitos. No céu, os eleitos honrarão o Cordeiro que abriu o livro da salvação de Deus (Ap 5).
Segundo l Ts 4.16-17, a vinda de Cristo será uma descida do céu, proclamada por uma trombeta, uma palavra de ordem e a voz do arcanjo. Os que tiveram morrido em Cristo serão ressuscitados, e os cristãos vivos sobre a terra serão elevados para se encontrarem com Cristo. Esse acontecimento marcará o fim da vida neste mundo, como a temos conhecido, e o começo da vicia de comunhão ininterrupta com Deus. A idéia de que os cristãos serão levados deste mundo por um período apos o qual Cristo aparecerá ainda uma terceira vez para a segunda vinda tem sido amplamente defendida, mas falta-lhe fundamento bíblico.
O Novo Testamento especifica muito daquilo que terá lugar entre as duas vindas de Cristo. Contudo, além da queda de Jerusalém no ano 70 d.C. (Lc 21 .20,24), essas predições tratam de processos contínuos ao invés de eventos individuais e não oferecem nem mesmo uma data aproximada para a segunda vinda de Jesus.
O mundo gentílico será convidado à fé (Mt 24.14), e os judeus serão trazidos ao Reino (Rm 11.25-29, texto que pode prever ou não uma conversão nacional).
Haverá falsos profetas e falsos cristos (Mt 24.5,24; I Jo 2.18,22; 4.3). Haverá apostasia da fé e tribulação para os fiéis (2Ts 2.3; lTm 4.1; 2Tm 3.1-5; Ap 7.13-14; cl. 3.10). O “homem da iniqüidade” deve aparecer (2Ts 2.3-12). Nenhuma data pode ser deduzida dessas predições; a ocasião da segunda vinda de Jesus permanece completamente desconhecida (Mt 24.36).
Cristo ensina que será um trágico desastre para quem não estiver pronto quando ele voltar (Mt 24.36-51). A lembrança da sua segunda vinda deve estar sempre em nossa mente, encorajando-nos no nosso presente serviço cristão (1 Co 15.58) e ensinando-nos a viver prontos para encontrar Cristo a qualquer momento (Mt 25.1-13).
A SEGUNDA VINDA DE JEUS = 02
Cremos na segunda vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. A primeira, invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja da terra, antes da grande tribulação; a segunda, visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (Zc 14.5; 1 Ts4.16,17; 1 Co 15.51-54; Jd 14;Ap 20,4).
Há alguns aspectos a destacar sobre a vinda de Jesus Cristo que formam o alicerce da doutrina escatolôgica exarada nas Escrituras Sagradas, das quais não podemos nos afastar, pelo fato de serem o cerne da doutrina sobre as últimas coisas. Se não, vejamos:
O fato de sua vinda
O fato da vinda de Jesus é mencionado mais de trezentas vezes no Novo Testamento. O apóstolo Paulo refere-se ao evento umas cinqüenta vezes. A vinda de Jesus é uma das mais importantes doutrinas do Novo Testamento. Assim disse o apóstolo dos gentios: “Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Co 15.19).
A maneira de sua vinda
Será de maneira pessoal (Jo 14.3; At 1.10,11; 1 Ts 4.16; Hb 9.28; Ap 22.7). Há quem discorde da opinião de que a vinda de Jesus seja literal e pessoal. Outros há que ensinam que a morte é a segunda vinda de Jesus. A Bíblia mostra, porém, que a segunda vinda de Jesus não tem nada a ver com a morte, pois os mortos em Cristo ressuscitarão nessa ocasião. Quando o crente parte para a eternidade, ele vai para a presença de Deus, mas na vinda de Jesus é Ele que vem para nos buscar (Fp 3.20,2 1).
Alguns sustentam que a vinda de Jesus foi a descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste. Outros, no entanto, ensinam que Cristo veio no tempo da destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C. Nenhuma dessas afirmações tem base bíblica. Na vinda de Jesus, haverá duas coisas importantíssimas: a ressurreição dentre os mortos e a transformação dos crentes que estiverem vivos. Esses dois fatos não ocorreram ainda, mas acontecerão no dia da vinda de Jesus (1 Ts 4.16-18). A vinda de Jesus, ainda que oculta aos olhos do mundo, será literal e pessoal. Isso é possível porque, após a sua ressurreição, Jesus foi visto diversas vezes pelos discípulos. Porém, o mundo não o viu sequer uma vez. Enquanto a vinda de Jesus será motivo de glória para aqueles que o esperam, será de sofrimento e agonia para os ímpios.
O tempo de sua vinda
Muitos já tentaram determinar a data da vinda de Jesus, mas em nenhuma delas “o Senhor veio na hora marcada” pelos homens. Antes, os que tentaram estabelecer datas ficaram envergonhados pelo fato de Jesus não ter vindo segundo suas previsões.  ”Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7).
O dia da vinda de Jesus não foi revelado a ninguém. É um mistério oculto em Deus que será revelado somente quando Jesus vier. Nós sabemos como será, mas não sabemos quando será (Mt 24.36). Segundo o que diz a Escritura, o arrebatamento da Igreja terá lugar no céu e nas nuvens (1 Co 15.5 1,52; 1 Ts 4.16). A palavra de Deus revela-nos que será de forma repentina.
Os destaques da vinda de Jesus
Há uma diferença entre o arrebatamento e a vinda de Jesus em glória. Primeiro Ele vem para os seus (Jo 14.3). Depois, Ele vem cornos seus (Mt 24.30; Ap 1.7).
O Tribunal de Cristo
Após o encontro da Igreja com o Senhor Jesus nos ares, por ocasião do arrebatamento (1 Ts 4.17), o povo de Deus que foi arrebatado, já com o corpo glorificado, comparecerá perante o Tribunal de Cristo (2 Co 5.10), para que as suas obras realizadas na terra, através do corpo, em prol da causa do Evangelho, sejam aprovadas (1 Co 3.12-15), a fim de que recebam (ou não) galardão.
Em Apocalipse 22.12 está escrito: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra”. Paulo faz referência a isso em 2 Timóteo 4.8, quando diz que a “coroa da justiça” lhe será entregue. Pedro diz que “quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” (1 Pe 5.4).
No Tribunal de Cristo todos os que foram arrebatados - ressuscitados e transformados -, irão receber galardão “segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10).
O que será julgado
Não se trata de julgamento dos pecados, pelo fato de terem sido eles julgados em Cristo por ocasião de sua morte (1 Jo 1.7; 1 Pe 2.24), pois Jesus não recorda jamais aquilo que perdoou (Hb 8.12). No Tribunal de Cristo, o julgamento não será de condenação (Rm 8.1; Jo 5.24), mas da qualidade do trabalho prestado na obra de Deus (1 Co 3.12,13). Por outro lado, se o serviço prestado foi tão-somente para a glória pessoal, haverá detrimento (1 Co 3.13-15), mas não estará em jogo a salvação, somente o prejuízo de não se receber galardão (Mt 6.2,5,16).
Conclusão:
Não resta dúvida. O Cristo apocalipco, tem muito a nos dizer em sua manifestação de glória a João. Tantos seus pés como “latão reluzente”, com a sua “voz”, nos trazem aspectos de sua personalidade e de seu tratamento com o homem. O ímpio estará provando seu poder e será pisado no lagar de sua ira.
Para escapar ao juízo de Jesus, o pecador deve crer na Palavra de Deus, reconhecendo seu estado pecaminoso, Jo 3.17-18, “17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18 Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. Não pode haver dúvida. Deus está no controle. Ele é a personagem principal no céu, e é o Soberano absoluto que criou e domina o universo. Ele merece a adoração e a obediência absoluta de todas as suas criaturas, até dos mais exaltados seres viventes no céu. É o Deus Santo e Todo-Poderoso. Sem dúvida alguma, ele é eterno. Da presença dele saem trovões, vozes, relâmpagos, e a luz resplandecente que reflete no mar de sua santidade. Que privilégio Deus concedeu a João quando o convidou ao céu numa visão! Que privilégio ele nos deu quando relatou toda a cena aos seus servos!
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados - MS
BIBLIOGRAFIA
www.sfnet.com.br
Bíblia de Estudo Genebra
Comentário Bíblico Mathew Henry
Livro:- Manual de Doutrina das Assembléia Deus

A Visão do Cristo Glorificado - Francisco A. Barbosa

TEXTO ÁUREO
“Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.17,18).- “Eu Sou o primeiro e o último” - Aqui é Jesus Cristo, perfeitamente Deus, falando. Essa expressão aponta para a eternidade de Deus. Segundo a Bíblia de Genebra é essencialmente o mesmo que “Alfa e Ômega”, título dado a Deus (vs.8). “Alfa e Ômega” = a primeira e a última letra do alfabeto grego. Deus é o Alfa (Criador) e Ômega (aquEle que faz novos Céus e nova Terra). Ele é Senhor de todos (no passado, presente e futuro), como sugerido pela expressão “que é, que era, e que há de vir” (vs.4). BEG. O estado de exaltação de Cristo compreende a sua ressurreição, ascensão, o estar sentado à destra do Pai, e a sua segunda vinda para julgar o mundo (1Co 15.4; Lc 24.51; Ef 4.10).
VERDADE PRÁTICA
Embora humilhado e ferido de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou e, gloriosamente, voltará como Rei dos reis e Senhor dos senhores.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Apocalipse 1.9-18.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Explicar o conceito e o objetivo da encarnação de Jesus;
- Reconhecer que Cristo é o humilhado e ferido de Deus; e
- Compreender os eventos que abarcaram o Cristo Glorificado.
Palavra Chave
Cristo: é o termo usado em português para traduzir a palavra grega ??????? (Khristós) que significa “Ungido”. O termo grego, por sua vez, é uma tradução do termo hebraico ???????? (M?šîa?), transliterado para o portugu?s como Messias.

COMENTÁRIO
(I. INTRODUÇÃO)
O apóstolo João está descrevendo sua primeira visão quando este esteve preso e exilado na Ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e do seu amor a Jesus. Nesta visão ele pode contemplar o Senhor Jesus em toda a sua manifestação de glória e poder. Ele nos traz uma das mais lindas descrições do Filho de Deus nos céus, aquele que foi morto, mas ressuscitou e hoje esta à destra de Deus, vivendo sempre a interceder pela sua Igreja (Rm 8.34). Quando os cristãos estavam morrendo, sufocados pelo Império, eis que o Cristo glorificado aparece, revelando que, embora tendo sido morto, ele está vivo pelos séculos dos séculos. Para aqueles crentes primitivos, nada poderia ter servido melhor para despertar as esperanças do que esta visão do Cristo Exaltado e Triunfante. A igreja estava sufocada pela tirania do império, mas eis que o Cristo ressurreto surge para mostrar que ele, a Rocha dos Séculos, tem a vitória em suas mãos e todos aqueles que são dele são mais do que vencedores, enquanto que, certamente os inimigos da cruz receberão sua recompensa, à parte de Deus. Boa aula!
(II. DESENVOLVIMENTO)
I. O CRISTO ENCARNADO
“Por isso, quando Cristo veio ao mundo, disse: “Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste; de holocaustos e ofertas pelo pecado não te agradaste”. Então eu disse: Aqui estou, no livro está escrito a meu respeito; vim para fazer a tua vontade, ó Deus. (Hb 10.5-7). A fé na Encarnação verdadeira do Filho de Deus é o sinal distintivo da fé cristã: “Nisto reconheceis o Espírito de Deus. Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio na carne é de Deus” (1Jo 4.2). Esta é a alegre convicção da Igreja desde o seu começo, quando canta “o grande mistério da piedade”: “Ele foi manifestado na carne” (1 Tm 3.16). Esta alma humana que o Filho de Deus assumiu é dotada de um verdadeiro conhecimento humano. Enquanto tal, este não podia ser em si ilimitado: exercia-se nas condições históricas de sua existência no espaço e no tempo. Por isso O Filho de Deus, ao tornar-se homem, pôde aceitar “crescer em sabedoria, em estatura e em graça” (Lc 2.52) e também informar-se sobre aquilo que na condição humana se deve aprender de maneira experimental. Isto correspondia à realidade de seu rebaixamento voluntário na “condição de servo”. As primeiras heresias, mais do que a divindade de Cristo, negaram sua humanidade verdadeira (docetismo gnóstico). Desde os tempos apostólicos a fé cristã insistiu na verdadeira Encarnação do Filho de Deus, “que veio na carne”. Mas desde o século III a Igreja teve de afirmar, contra Paulo de Samósata, bispo de Antioquia entre 260 e 268, em um concílio reunido em Antioquia, que Jesus Cristo é Filho de Deus por natureza e não por adoção. O Concílio de Nicéia, em 325, confessou em seu Credo que o Filho de Deus é “gerado, não criado, consubstancial (homousios) ao Pai” e condenou, que afirmava que “o Filho de Deus veio do nada” e que ele seria “de uma substância diferente da do Pai.
1. A encarnação. A encarnação foi o ato pelo qual a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade foi concebida, virginalmente, no ventre de Maria (Is 7.14; Lc 1.27). Neste ato sobrenatural, Cristo, o Filho de Deus, fêz-se homem tomando para si um verdadeiro corpo e uma alma racional sendo concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da Virgem Maria, da sua substância e nascido dela, mas sem pecado. (Jo 1.14; Mt 26.38; Lc 1.31, 35-42; Hb 4.15, e 7.26). Segundo a questão 38 do Catecismo Maior de Westminster, era necessário que o Mediador fosse Deus para poder sustentar a natureza humana e guardá-la de cair debaixo da ira infinita de Deus e do poder da morte; para dar valor e eficácia aos seus sofrimentos, obediência e intercessão; e para satisfazer a justiça de Deus, conseguir o seu favor, adquirir um povo peculiar, dar a este povo o seu Espírito, vencer todos os seus inimigos e conduzi-lo à salvação eterna (At 2.24; Rm 1.4; At 20.28; Hb 7.25; Rm 3.24-26; Ef 1.6; Tt 2.14; Jo 15.26; Lc 1.69, 71, 74; Hb 5.9).
2. O objetivo da encarnação. A redenção do pecador exigia que houvesse um Redentor com ambas as naturezas, a divina e a humana: Essa foi uma exigência decidida no conselho Trinitário acerca do pacto da redenção. O Redentor tinha de ser DEUS para ter o poder de redimir e tinha de ser homem para poder sofrer no lugar daqueles que haveria de redimir. Assim sendo, linguisticamente, como uma palavra é a expressão de uma ação, ou de um pensamento, o Verbo é a expressão de DEUS, é DEUS tornando expresso em palavras e atitudes. O Verbo passou a possuir alguma coisa que não lhe pertencia antes da encarnação: carne, isto é, as propriedades da natureza humana. A Confissão de Fé de Westminster, elaborada no século 17 afirma o seguinte: “O Filho de DEUS, a Segunda Pessoa da trindade, sendo verdadeiro e eterno DEUS, da mesma substância do Pai e igual a ele, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou sobre Si à natureza humana com todas as suas propriedades essenciais, com suas enfermidades e debilidades, contudo sem pecado, sendo concebido pelo poder do ESPÍRTO SANTO no ventre da virgem Maria e da substância dela. As duas naturezas, inteiras perfeitas e distintas - a divina e a humana - foram inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão, composição ou confusão; essa Pessoa é verdadeiramente DEUS e verdadeiramente homem, porém, um só CRISTO, o único mediador entre DEUS e os homens”.
SINOPSE DO TÓPICO (I) O Cristo Encarnado, fazendo-se filho do homem, manifestou plenamente o amor de Deus ao mundo.
II. O CRISTO HUMILHADO E FERIDO DE DEUS
O estado da humilhação de Cristo foi aquela baixa condição, na qual, por amor de nós, despindo-se da sua glória, Ele tomou a forma de servo em sua concepção e nascimento, em sua vida, em sua morte e depois até à sua ressurreição (Fp 2.6-8; 2Co 8.9). Cristo humilhou-se na sua concepção e nascimento, em ser, desde toda a eternidade o Filho de Deus no seio do Pai, quem aprouve, no cumprimento do tempo, tornar-se Filho do homem, nascendo de uma mulher de humilde posição com diversas circunstâncias de humilhação fora do comum (1Jo 1.14, 18; Lc 2.7). Cristo humilhou-se na sua vida, sujeitando-se à lei, a qual perfeitamente cumpriu, e lutando com as indignidades do mundo, as tentações de Satanás e as enfermidades da carne, quer comuns à natureza do homem, quer as procedentes dessa baixa condição (Gl 4.4; Mt 5.17; Is 53.2-3; Hb 12.2-3; Mt 4.1; Hb 2.17-18). Cristo humilhou-se na sua morte porque, tendo sido traído por Judas, abandonado pelos seus discípulos, escarnecido e rejeitado pelo mundo, condenado por Pilatos e atormentado pelos seus perseguidores, tendo também lutado com os terrores da morte e os poderes das trevas, tendo sentido e suportado o peso da ira de Deus, Ele deu a sua vida como oferta pelo pecado, sofrendo a penosa, vergonhosa e maldita morte da cruz (Mt 27.4, e 26.56; Is 53.3; Mt 27.26; Lc 22.44; Mt 27.46; Is 53.10; Mt 20.28; Fp 2.8; Gl 3.13). A humilhação de Cristo depois da sua morte consistiu em ser ele sepultado, em continuar no estado dos mortos e sob o poder da morte até ao terceiro dia; o que, aliás, tem sido exprimido nestas palavras: Ele desceu ao inferno (Hades) (1Co 15.3-4; Mt 12.40).
SINOPSE DO TÓPICO (II) O Cristo humilhado e ferido de Deus, não foi compreendido pelos judeus e nem pelos gentios. Todavia, ambos, ao receberem Jesus, pela fé, passaram a entender perfeitamente a morte e a ressurreição do Senhor.
III. O CRISTO GLORIFICADO
O estado de exaltação de Cristo compreende a sua ressurreição, ascensão, o estar sentado à destra do Pai, e a sua segunda vinda para julgar o mundo (1Co 15.4; Lc 24.51; Ef 4.10, e 1.20).
1. Ressurreição. Cristo foi exaltado na sua ressurreição em não ter visto a corrupção na morte (pela qual não era possível que Ele fosse retido), e o mesmo corpo em que sofrera, com as suas propriedades essenciais (sem a mortalidade e outras enfermidades comuns a esta vida), tendo realmente unido à sua alma, ressurgiu dentre os mortos ao terceiro dia, pelo seu próprio poder, e por essa ressurreição declarou-se Filho de Deus, haver satisfeito a justiça divina, ter vencido a morte e aquele que tinha o poder sobre ela, e ser o Senhor dos vivos e dos mortos. Tudo isto fez Ele na sua capacidade representativa, como Cabeça da sua Igreja, para a justificação e vivificação dela na graça, apoio contra os inimigos, e para lhe assegurar sua ressurreição dos mortos no último dia (At 2.24; Sl 16.10; Lc 24.39; Rm 6.9; Ap 1.18; Jo 2.19, e 10.18; Rm 1.4 e 8.33-34; Hb 2.14; Rm 14.9; 1Co 15.21-22; Ef 1.22-23; Rm 4.25; Ef 2.5-6; 1Co 15.20, 25-25; 1Ts 4.14).
2. Ascensão aos céus. Cristo foi exaltado na sua ascensão em ter, depois da sua ressurreição, aparecido muitas vezes aos seus apóstolos e conversado com eles, falando-lhes das coisas pertencentes ao seu reino, impondo-lhes. o dever de pregarem o Evangelho a todos os povos, e em subir aos mais altos céus, no fim de quarenta dias, levando a nossa natureza e, como nosso Cabeça triunfante sobre os inimigos, para ali, à destra de Deus, receber dons para os homens, elevar os nossos afetos e aparelhar-nos um lugar onde Ele está e estará até à sua segunda vinda no fim do mundo (At 1.2-3; Mt 28.19; Hb 6.20; Ef 4.8, 10; At 1.9; Sl 68.18; Cl 3.1, 2; Jo 14.2-3; At 3.21).
3. A segunda vinda. Cristo é exaltado em sentar-se à destra de Deus, em ser Ele, como Deus-homem, elevado ao mais alto favor de Deus o Pai, tendo toda a plenitude de gozo, glória e poder sobre todas as coisas no céu e na terra; em reunir e defender a sua Igreja e subjugar os seus inimigos; em fornecer aos seus ministros e ao seu povo dons e graças e em fazer intercessão por eles (Fp 2.9; At 2.28; Jo 17.5; Ef 1.22; Mt 28.18; Ef 4.11-12; Rm 8.34).
SINOPSE DO TÓPICO (III) O Cristo Glorificado pode ser visto pelas Escrituras nos seguintes eventos: ressurreição, ascensão aos céus, segunda vinda e triunfo sobre as forças do mal.
(III. CONCLUSÃO)
João vivenciou juntamente com os destinatários de sua carta, a aflição de ser perseguido por causa da fé que tinham em comum, e resistiram com uma paciência incomum diante do sofrimento injusto. No exílio, João recebe a maravilhosa visão do “Cristo triunfante”, e pode ter um vislumbre da misericórdia, do amor e da graça de DEUS. O apóstolo que no evangelho escreveu sobre o Verbo encarnado, tem agora a exata visão do Verbo glorificado. Não é somente necessário ao crente crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus, mas também convém crer na Sua Encarnação. Pudemos hoje entender, que a Igreja denomina Encarnação o fato de o Filho de Deus ter assumido uma natureza humana para realizar nela a nossa salvação. Por Encarnação entendemos o fato de Deus fazer-se homem, sem deixar de ser Deus. Deus fez o que para nossa mente parece impossível: unir a sua natureza divina a uma natureza humana, a um corpo e alma como os nossos. Hoje Cristo está entronizado no céu como Rei, sentado à mão direita de Deus. Elevado à presença de Deus, Ele completou sua jornada e deu o passo final para sua exaltação na glória. O Cristo, nascido de mulher, que vivia uma vida humana e morreu na cruz, agora está sentado à mão direita de Deus. Nesse momento, Jesus cumpre seu ofício real na ascensão. Como Rei, Ele derramará o Espírito Santo prometido e no fim voltará outra vez” (ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, pp.627,28). “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (1Jo 3.18)N’Ele, que me garante: “Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),Campina Grande, PBAbril de 2012, Francisco de Assis Barbosa, auxilioaomestre@bol.com.br
EXERCÍCIOS
1. Por que a encarnação de Cristo é o grande mistério da piedade?R. Fazendo-se filho do homem, o Filho de Deus manifestou plenamente o amor do Pai. E assim Deus revelou-nos o seu amor redentivo.
2. Qual a importância da encarnação de Cristo?R. Ela foi importante para consumar o Plano de Salvação que, elaborado na eternidade, foi concretizado na plenitude do tempo.
3. Por que a nossa fé seria vã se Cristo não tivesse ressuscitado?R. Porque a ressurreição estaria fundamentada numa mitologia criada pelos discípulos e não como um fato histórico. Então, estaríamos perdidos em pecado.
4. Segundo a lição, quando de fato teve início a glorificação de Nosso Senhor?R. Na sua ressurreição. 5. Descreva, com as suas palavras, o Cristo glorificado conforme visto pelo apóstolo João em Patmos.R. Resposta livre.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse - A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. HORTON, S. M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ: CPAD, 2001.
-. LAWSON, S. J. As Sete Igrejas do Apocalipse: O Alerta Final de Cristo para seu povo. 5.ed., RJ: CPAD;
-. ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2003;
-. BLOMBERG, C. L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/, na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.

A Visão do Cristo Glorificado - Luciano de Paulo Lourenço

Texto básico: Apocalipse 1:9-18
“Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno”(Ap 1:17,18).

INTRODUÇÃO
João estava preso na ilha de Patmos em decorrência de sua lealdade à Palavra de Deus e ao testemunho de Jesus (Ap 1:9). Ele foi arrebatado em Espírito e ouviu por detrás dele uma voz com a limpidez, volume e timbre de uma trombeta (1:10). Ao voltar-se para quem falava, João viu “sete candeeiros de ouro”, que simbolizava as sete igrejas descritas no livro de Apocalipse (Ap 1:11; 1:20). A Pessoa no meio dos candeeiros era semelhante ao Filho do homem, cujas vestes externas eram talares, isto é, longas como a beca de um juiz (Ap 1:13). Ele estava cingido pelos peitos com um cinto de ouro, que simboliza a justiça e fidelidade do seu julgamento. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, retratando sua eternidade como o Ancião de Dias(Dn 7:9) e a sabedoria e pureza de suas sentenças. Os seus olhos eram como chama de fogo (1:14), que se referem ao seu conhecimento perfeito, discernimento infalível e escrutínio inescapável. Os seus pés eram semelhantes ao bronze polido (1:15), como que refinado numa fornalha; uma vez que o bronze costuma representar julgamento, sua presença aqui corrobora a ideia de que se tem em vista, a cima de tudo, a função judicial de Cristo. Sua voz era semelhante às ondas do mar ou a cachoeiras majestosas e assustadoras que descem uma montanha. Tinha na mão direita sete estrelas (1:16), uma representação de poder, controle e honra; Cristo está não apenas entre as igrejas, mas as têm em suas próprias mãos. Da sua boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes, representando a Palavra de Deus(Hb 4:12), que se refere aos veredictos incisivos e precisos acerca de seu povo, como se vê nas cartas às sete igrejas. O seu rosto brilhava como o sol ao meio-dia (1:16), com o esplendor ofuscante e transcendente da glória de sua divindade. Esse que João viu é o Cristo Glorificado, que se revela não apenas em glória, mas como o Senhor de toda a glória, o qual está entronizado à destra do Pai e apresenta-se como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 17:14; 19:16). Ao vê-lo, João prostrou-se aos seus pés como morto. É impossível ver a glória do Senhor sem se prostrar. Temos hoje uma visão do Cristo glorificado?

 I. O CRISTO ENCARNADO
Por ocasião de sua primeira vinda para manifestar o evangelho, Jesus não apareceu glorificado. Teve uma vida semelhante à nossa, e esteve sujeito ao cansaço, à fome, à sede e demais limitações de um corpo não-glorificado. Precisou comer, dormir, andar, falar com as pessoas e tocá-las. Por meio de sua encarnação, Ele falou aos judeus sobre o plano da salvação. Paulo comenta que Jesus “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2:7). Nesse momento, Jesus experimentou a humanidade. Nos primórdios do cristianismo, a igreja foi nuveada com doutrinas heréticas oriundas do segmento gnóstico. Um desses ensinos falsos era que Jesus não veio em carne, ou seja, esses falsos mestres alegavam que Jesus não havia encarnado, mas que um espírito se apossara do corpo do Senhor por ocasião do seu nascimento ou batismo, retirando-se por ocasião da crucificação. Os textos de 1João 4:1-3 denotam a existência desses falsos mestres. O apóstolo João, porém, cuidou logo de refutar esse ensino falso, que pertinaz procurava destruir a fé dos primeiros cristãos. João chamou esses falsos mestres de “anticristos” - “… muitos se têm feito anticristos…”(1João 2:18). E o pior de tudo é que eles saíram do seio da igreja - “Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestassem que não são todos de nós”(1João 2:19). Esses falsos mestres se haviam infiltrado na comunidade cristã com o fim de mesclar-se entre os irmãos para perverter a doutrina dos apóstolos. Pareciam cristãos, mas não o eram de fato. Ora, se no início da Igreja foi assim, quanto mais hoje em que a apostasia é o principal tom.
1. A encarnação.Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus”(1João 4:2). O mais importante não é o fato histórico, ou seja, o fato de que Jesus nasceu no mundo em um corpo humano, mas, sim, a confissão de uma Pessoa Viva, de que Jesus Cristo veio em carne, a confissão que reconhece Jesus como o Cristo encarnado. Quem o confessa também se prostra diante dele como Senhor de sua vida. Hoje, encontramos muitas pessoas dispostas a dizer coisas aceitáveis acerca de Jesus, mas não a confessá-lo como o Deus encarnado. Dizem que Cristo é “divino”, mas não que é Deus. Menosprezam a glória de Cristo. São, portanto, falsos profetas, falsos mestres. No início da Igreja, os falsos mestres do gnosticismo negavam tanto a divindade quanto a humanidade de Cristo. Eles negavam tanto a sua encarnação como a sua ressurreição. Eles negavam tanto a sua concepção virginal quanto a sua morte expiatória. Eles separavam o Jesus do Cristo; faziam uma distinção entre o Cristo divino e o Jesus histórico. Para eles, o Cristo veio sobre Jesus no batismo e se retirou dele na cruz. João classifica esta posição como heresia e procedente do anticristo. Não foi o Cristo que veio “para” a carne de Jesus, mas o próprio Jesus era o Cristo vindo “em” carne. Quem negar isto, ou seja, quem negar que Jesus é o Cristo e que Ele veio em carne não é de Deus; é negar que ele seja o nosso Sumo Sacerdote, que nos abre acesso à presença de Deus; é negar que ele seja o nosso Salvador; é negar a redenção do corpo bem como a possibilidade do encontro entre o humano e o divino. Portanto, a doutrina cristã fundamental, que nunca pode ser transigida, é a da Pessoa divino-humana e eterna de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Nenhum sistema pode ser tolerado, por mais estrondosas que sejam as suas pretensões ou por mais cultos que sejam os seus adeptos, se negar que Jesus é o Cristo vindo em carne, isto é, se negar a sua divindade eterna ou a sua humanidade histórica.
2. O objetivo da encarnação de Cristo. Em Nazaré, a cidade da juventude, Jesus entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume. Lá, Ele levantou para ler as Escrituras do Antigo Testamento. O auxiliar lhe deu o pergaminho no qual a profecia de Isaias estava escrita. O Senhor estendeu o rolo até a parte que agora conhecemos como Isaías 61, e leu o versículo 1 e a primeira metade do versículo 2: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor“(Lc 4:18,19). Quando Jesus disse “hoje se cumpriu a Escritura que acabam de ouvir”, ele estava dizendo de maneira mais clara possível que era o Messias de Israel, e o objetivo de sua encarnação. Jesus veio para tratar dos enormes problemas que têm afligido a humanidade através da história: 
- Pobreza:Levar boas notícias aos pobres”(NTLH). A pobreza não é vista propriamente como escassez de bens materiais, mas como necessidade da alma. No Sermão da Montanha Jesus proclamou: “bem-aventurados os pobres“. Nesse contexto, pobre éo que tem uma carência espiritual! Por conseguinte, é aquele que reconhece suas verdadeiras necessidades espirituais. E por isso almeja um relacionamento mais profundo com Deus como o fez o salmista: “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo…“(Sl 42:1,2).
·   Tristeza:Restaurar os contritos de coração”(RC). O pecado escraviza e debilita o homem, os quebrantados de coração são aqueles oprimidos e machucados pelo pecado, portanto Jesus veio proporcionar a cura.
·   Escravidão:Apregoar liberdade aos cativos”. Os prisioneiros do pecado sentem medo da morte, sente-se culpado diante de Deus, praticam tudo aquilo que não agrada ao Senhor, motivos estes que conduziram Jesus ao calvário, dando liberdade integral ao homem oprimido pelo pecado. “Se, pois, o Filho do Homem vos libertar, verdadeiramente, sereis livres”(João 8.36).
·   Sofrimento: “Dar vista aos cegos”. Existem cegos fisicamente e cegos espirituais, aqueles que não conseguem perceber a verdade de Deus, como nos mostra as escrituras - “nos quais o deus deste século (satanás) cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”(2Co 4:4). Jesus veio libertá-los desse sofrimento. Ele se apresentou como a resposta para todos os males que nos atormentam. E se pensarmos nesses males em sentido físico ou espiritual, isto também se aplica. Cristo é a resposta.
·   Opressão:Pôr em liberdade os oprimidos”. Isto é, romper os grilhões do mal e proclamar a libertação do pecado e do domínio satânico.
·   Perdição eterna: “anunciar o ano aceitável do Senhor“. Jesus encarnou-se para propiciar o amanhecer de uma nova era para o ser humano: a Salvação da sua alma. A salvação do homem anunciada pelo próprio Senhor Jesus cumpre-se na integra na vida daqueles que dão ouvidos as Escrituras Sagradas e deixam o poder de Deus agir em suas vidas. É significativo que Jesus termina a leitura com as palavras “anunciar o ano aceitável do Senhor“. Perceba que Jesus não acrescentou as palavras restantes de Isaias: “… e o dia da vingança do nosso Deus”. O propósito da sua primeira vinda, da sua encarnação, foi “anunciar o ano aceitável do Senhor”. A atual época da graça é o tempo aceitável e o Dia da salvação. Ao voltar à Terra pela segunda vez, será para proclamar o “Dia da vingança do nosso Deus”.

II. O CRISTO  HUMILHADO E FERIDO DE DEUS
O capítulo 53 de Isaias é um dos textos mais conhecidos da Bíblia. Nele o profeta dá riqueza de pormenores sobre o sofrimento de Jesus. Após indagar quem havia dado crédito à pregação do Servo do Senhor, apresenta-O sem parecer nem formosura, fala que Ele está desprezado e tornado o mais indigno entre os homens (Is 53:3). Diz que Ele assumiu a posição de vítima no sacrifício, tomando sobre si as nossas enfermidades, as nossas dores. Tornou-se Ele o ferido de Deus e oprimido [humilhado] (Is 53:4). Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades (Is 53:5), ou seja, assumia a condição da vítima dos sacrifícios da lei, levando a culpa do ofertante sobre si (Is 53:6). O profeta afirma que não houve apenas sofrimento, mas morte, pois foi levado como cordeiro ao matadouro (Is 53:7), sendo cortado da terra dos viventes (Is 53:8), devidamente sepultado (Is 53:9), embora fosse justo. Sua morte representou verdadeira expiação do pecado (Is 53:10), que teria o agrado do Senhor e representaria a justificação de muitos (Is 53:11), a ponto de levar sobre si o pecado de muitos e de poder interceder pelos transgressores, embora, para tanto, tivesse tido de ser contado com eles (Is 53:12). Cristo foi humilhado, mas não abriu a sua boca. Diz o profeta Isaias: “Ele foi oprimido [humilhado], mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca“(Is 53:7). Esta observação do profeta Isaias acerca do Sofredor paciente ocorre duas vezes neste versículo. Ele não abriria a sua boca. Em primeiro lugar, Ele não precisava se defender, visto que nenhuma acusação válida foi feita contra Ele. Em segundo lugar, seu julgamento foi apenas uma farsa judicial conduzida por hipócritas sem princípios, reivindicando motivos piedosos, enquanto naquele exato momento estavam violando as leis judaicas da jurisprudência; por conseguinte, nenhuma defesa faria diferença. Diante do Sinédrio, Jesus falou somente quando o silêncio significaria uma renúncia da sua divindade e de ser o Messias(Mt 26:63,34). Diante de Pilatos, Ele somente falou quando o silêncio significaria a renúncia da sua realeza. E diante do incestuoso Herodes, o Tetrarca, não falou uma só palavra(Lc 23:9). Como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim o nosso Senhor suportou em silêncio a sua humilhação. É bom ressaltar que o sofrimento de Cristo e sua morte na cruz são o ponto central da história. Para lá todas as estradas do passado convergem; e de lá saem todas as estradas do futuro. Somente conhecemos a Cristo vendo-o na cruz. Somente encontramos Jesus se pudermos vê-lo como Cristo crucificado. Não podemos vê-lo antes da cruz somente, nem depois somente. Muitos param antes da cruz. Outros tentam encontrá-lo somente como ressuscitado. Muitos evitam a cruz, e assim fazendo rejeitam a Jesus. É bom ressaltar que não estamos simplesmente falando do madeiro em si mesmo, mas da “cruz” de Cristo que representa a sua obra redentora mediante sua morte substitutiva no Calvário. 

III. O CRISTO GLORIFICADO
João tem uma visão do Cristo na sua glória excelsa (Ap 1:13-18): “E, no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do Homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um cinto de ouro“. “E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os olhos, como chama de fogo”; “E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivesse sido refinado numa fornalha; e a sua  voz, como a voz de muitas águas”. “E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece”. “E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último”; “E o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno”. No versículo 16, veja o que João diz: “E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece”. O que João vê agora não é mais um Cristo servo, perseguido, preso, esbofeteado, com o rosto cuspido, mas do Cristo cheio de glória, Glorificado. A luz do sol supera o brilho dos candelabros. O que João contempla aqui não é mais um rosto desfigurado, ensanguentado, mas um rosto que brilha como o sol. Agora não é mais o Cristo humilhado, mas o Cristo exaltado. Não é mais o Cristo torturado pela sede, esbordoado pelos algozes, ferido pelos soldados, mas o Cristo majestoso diante de quem todo joelho se dobra. Ele disse a João: “fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno“(1:18). Aqui, o Cristo Glorificado mostra a João a sua vitória triunfal.  Ele não apenas está vivo, mas está vivo para sempre. Ele não só ressuscitou, ele venceu a morte e tem as chaves da morte e do inferno. Morte, aqui, se refere ao corpo, e o inferno, à alma. A palavra inferno também pode ser traduzida por “Hades”, um termo usado para descrever o reino dos mortos e o estado sem corpo. Quando uma pessoa sem salvação morre, a alma vai para esse lugar, enquanto o corpo desce à cova. Para o cristão, entretanto, esse estado corresponde a estar na presença do Senhor; na ressurreição, a alma será reunida ao corpo glorificado e arrebatada à casa do Pai Celestial. Tanto a morte quanto o Hades serão lançados no lago do fogo no juízo final (Ap 20:14). Quem tem as chaves tem autoridade. Jesus recebeu do Pai toda autoridade no céu e na terra (Mt 28:18). Jesus tem não apenas a chave do céu (Ap 3:7), mas também a chave da morte (túmulo). Agora a morte não pode mais infligir terror, porque Cristo está com as chaves, podendo abrir os túmulos e levar os mortos à vida eterna. João quando viu o Cristo em sua Excelsa Glória ele não suportou, caiu como morto - “E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto”(v. 17). O mesmo João que debruçara no peito de Jesus, agora cai a seus pés como morto. Isaías, Ezequiel, Daniel, Pedro e Paulo (Is 6:5; Ez 1:28; Dn 8:17; 10:9,11; Lc 5:8; At 9:3,4) passaram pela mesma experiência ao contemplarem a glória de Deus. Em nossa carne não podemos ver a Deus, pois ele habita em luz inacessível (1Tm 6:16). É impossível ver a glória do Senhor sem se prostrar. O que a igreja necessita hoje é uma clara percepção de Cristo e Sua glória. Necessitamos vê-lo exaltado em Seu alto e sublime trono. Há uma perigosa ausência de admiração reverente e adoração em nossas assembléias hoje. Orgulhamo-nos de nos levantar sobre os nossos próprios pés, em vez de cairmos com o rosto em terra ante os pés do Cristo Glorificado.
1. Ressurreição. A ressurreição é a restituição à vida, ou seja, o retorno à unidade entre corpo, alma e espírito, que havia quando da vida física. É válido ressaltar que a ressurreição de Jesus foi a primeira ressurreição propriamente dita, porque Jesus ressuscitou em corpo glorificado, para não mais morrer, visto que não pecou e venceu o pecado e a morte, morte que é o último inimigo a ser derrotado(1Co 15:54, 55). Por isso, Jesus foi feito “as primícias dos que dormem” (1Co 15:20). É importante observar que Jesus ressuscitou enquanto homem e, portanto, foi o Deus Pai quem O ressuscitou (At 2:32; 3:15; 4:10; 10:40; 13:30,37; Rm 4:24; 1Co 6:14; 15:15; 1Pe 1:21). Com a ressurreição, Jesus foi exaltado sobre todo o nome (Fp 2:9). A ressurreição de Jesus Cristo é a demonstração de que o seu sacrifício foi aceito por Deus (Is 53:10-12), assim como a saída do sumo sacerdote do lugar santíssimo em vida significava, no tempo da lei, que Deus havia perdoado as iniquidades do povo e que cobrira os pecados por mais um ano (Lv 16:29-34). A ressurreição de Jesus Cristo é a demonstração de que Ele venceu a morte e que, por isso, também nós poderemos nEle vencê-la e alcançar a vida eterna (Rm 8:11; 2Co 4:14; Ef 2:6; 1Ts 4:14). A ressurreição de Jesus Cristo é a principal garantia de que devemos aguardá-lo, pois, assim como Ele ressuscitou, como havia prometido, Ele também voltará para arrebatar a sua Igreja e nos livrar da ira futura (1Co 15:51-57; 1Ts 1:10).
2. Ascensão. A Ascensão de Jesus Cristo é a Sua grande coroação como Rei dos reis e Senhor dos senhores. É o evento pelo qual Cristo cumpriu o seu ministério terreno, concluiu suas aparições pós-ressurreição, deixou a Terra, e subiu ao Céu, de onde aguardamos o seu retorno fisicamente, conforme nos garante a Palavra de Deus. À semelhança do que ocorrera no Monte da Transfiguração, o corpo de Cristo foi elevado aos Céus já revestido de glória, poder e celestialidade. Quando da sua segunda vinda, teremos um corpo semelhante ao dele (1Co 15:50-58; 1João 3:2). No Evangelho segundo escreveu Lucas é descrito esse fato da seguinte forma: “Então, os levou para Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o Céu” (Lc 24:50-51 ARA). O Livro de Atos o descreve da seguinte forma: “Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” (Atos 1:9-11 ARA). Podemos afirmar ainda que a Ascensão de Cristo é o término de sua missão vicária e de sua presença visível na terra. Se o dia da sua crucificação fosse a Palavra final, estaríamos perdidos e nos restaria a confissão de desespero dos discípulos de Emaús: “Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel” (Lc 24:21 ARA); seria o triunfo da lei, de Satanás e do Inferno. Todavia, Cristo triunfou sobre os poderes das trevas, sobre o pecado, a morte e Satanás. Agora, a cristandade pode confessar alegre e vitoriosamente: “Creio na ressurreição da carne e na vida eterna”, pois a ascensão de Cristo é a aprovação e a confirmação divina de toda a obra redentora de Cristo, e sua coroação como Rei dos reis e Senhor dos senhores, como Redentor e Juiz de vivos e de mortos. Glórias sejam dadas ao Senhor Jesus Cristo!
3. A Segunda Vinda. A Promessa da segunda Vinda de Cristo é a mais importante para a Igreja, é a razão da sua própria fé. Ela é lembrada no Novo Testamento por 318 vezes. É “a bem-aventurada esperança” de que trata Tito 2:13. Esse tão aguardado evento significará, para a Igreja, o ápice de sua peregrinação neste mundo (Mt 16:18). Ela representa o último estágio do processo da Salvação, que é a glorificação. Paulo, na sua última epístola, mostra que era esta a sua esperança, tanto que diz que esperava a coroa que estava reservada não só a ele, mas a todos quantos amassem a vinda do Senhor (2Tm 4:8), a nos indicar, portanto, que o motivo do bom combate, da guarda da fé e da carreira até o fim era o amor à vinda de Jesus. Em apocalipse 1:7, João faz uma descrição da gloriosa vinda do noivo da igreja para estabelecer o seu reino na terra: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!”. É a verdade mais preciosa que contém a Bíblia. Enche o coração do crente de gozo e o cinge com força para a batalha. Eleva-o por cima das lutas, temores, necessidades, provas e ambições deste mundo, e o faz mais que vencedor em todas as coisas. W. J. Grier diz que na sua gloriosa vinda, as nuvens serão a sua carruagem; os anjos, a sua escolta; o arcanjo, o seu arauto e os santos, o seu glorioso cortejo (W.J.Grier. O maior de todos os acontecimentos. Imprensa Metodista. São Paulo, SP). Na primeira vinda, a glória de Cristo não era autoevidente, mas na segunda vinda o será (Mc 14:61). A igreja triunfa com Ele, enquanto Seus adversários lamentarão (1:7; 6:15-16; Zc 12:10).

CONCLUSÃO
Temos hoje uma visão do Cristo glorificado? Temos honrado o seu glorioso nome? Estamos nos preparando para nos encontrar com Ele, como as virgens prudentes? Nossas lâmpadas estão cheias de azeite? ——
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Prof. EBD - Assembléia de Deus - Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas: William Macdonald - Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento). Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal. Revista Ensinador Cristão - nº 49. O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS. Comentário Bíblico Beacon - CPAD. Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA. Rev.Hernandes Dias Lopes - Apocalipse - O futuro chegou. Rev.Hernandes Dias Lopes - Ouça o que o Espírito diz às Igrejas.

terça-feira, 6 de março de 2012

LIÇÃO 11 - COMO ALCANÇAR A VERDADEIRA PROSPERIDADE


Publicado em 6 de Março de 2012 as 10:52:42 AM Comente
Texto Áureo: I Cr. 29.12 - Leitura Bíblica: I Cr. 29.10-18
Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
O mercado livreiro está repleto de dicas a respeito de como alcançar sucesso financeiro. Os autores desses best-sellers estão cada vez mais ricos, mas os seus leitores continuam pobres, mesmo depois que leem seus livros. As igrejas estão na rota desse pensamento contemporâneo, alguns líderes eclesiásticos estão se tornando consultores para o enriquecimento em dez dias. Na lição de hoje, na contramão dessa perspectiva, mostraremos que a verdadeira prosperidade nada tem a ver com o que apregoam os adeptos da Teologia da Ganância, em seguida, destacaremos os fundamentos bíblicos para se alcançar a verdadeira prosperidade.

1. A BUSCA DO HOMEM PELA PROSPERIDADE FINANCEIRA
O homem moderno é produto da sociedade capitalista e tecnológica que o conduz ao consumismo. Nesse contexto, o ter acabou se tornando mais importante do que o ser, de modo que as pessoas são avaliadas não pelo que são, mas pelo que têm, e, às vezes, não pelo que possuem, mas pelo que aparentam que possuem. A propaganda é o meio que divulga os ideais consumistas, as pessoas são incitadas, a todo instante, a adquirem mercadorias que não precisam para satisfazerem não a si próprias, mas às exigências dos outros. Como resultando dessa lógica, muitos estão entrando pelo caminho do endividamento, indo além das suas capacidades de pagamento. O meio ambiente também está padecendo, tendo em vista que o mercado está disponibilizando cada vez mais produtos descartáveis, os quais, quando não são reciclados, demandam maior necessidade de matéria-prima, e, por sua vez, comprometem a saúde do planeta. A lógica consumista está moldando as atitudes do homem moderno de tal modo que o ser humano finda sendo reduzido à quantidade de quinquilharias que consegue acumular. A ética capitalista, conforme demonstrou Max Weber, tem fundo religioso, e mais especificamente, protestante. Ao invés de investirem no Reino de Deus, e mais especificamente, nos outros, os fiéis transformam o acúmulo em um fim em si mesmo, em alguns casos, como vemos nos dias atuais, sacramentalizam a riqueza e transformam a ostentação em benção divina. A Teologia da Ganância impera de tal modo em algumas igrejas que seus fiéis não buscam mais estar em conformidade com a vontade de Deus, mas a acumularem um patrimônio a respeito do qual possam se gloriar.

2. A PROSPERIDADE FINANCEIRA NA VISÃO NEOTESTAMENTÁRIA
Uma leitura cuidadosa dos evangelhos e das epístolas do Novo Testamento nos mostrará que essa lógica nada tem de bíblica. A economia de Deus está distante daquilo que nos é apresentado pelos teólogos da ganância nos canais de televisão. O apóstolo Paulo afirma que quem deseja obter riqueza cai em “muitos desejos descontrolados e nocivos” (I Tm. 6.9,10). Conforme destacou o Senhor Jesus, ser rico pode se tornar um empecilho para segui-LO, tendo em vista que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um rico entrar no Reino de Deus, o que espantou Seus discípulos, os quais, ao que tudo indica, pensavam de acordo com a teologia da benção material (Mt. 19.24,25). Os pobres, ao contrário do que acreditavam Seus discípulos, e os adeptos da famigerada Teologia da Ganância, são objeto do interesse divino (Mt. 5.1-12). Enquanto muitos, nestes tempos, buscam confiança nas riquezas, e tantos outros, fazem tudo para tê-las, utilizando até de meios escusos, Jesus chama a atenção para o “engano das riquezas” (Mt. 13.22). Aqueles que somente querem a prosperidade financeira deveriam ler mais os evangelhos, pois Jesus é categórico ao reprovar o acúmulo de tesouros na terra (Mt. 6.19-21). O interesse do Senhor é que acumulemos tesouros no céu (Mt. 6.10), e que coloquemos em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça (Mt. 6.33). Os adeptos da teologia da ganância buscam aproximação com os ricos, justamente o contrário de Jesus que se aproximava dos pobres (Lc. 1.51-53; 14.12-14). Até mesmo a corrupção tem sido naturalizada em determinados arraiais, contrariando o ensinamento de Jesus, especialmente no que tange à coisa pública (Lc. 3.11-14). Zaqueu é um exemplo de alguém que lidava indevidamente com os bens públicos, mas que ao ouvir o evangelho de Jesus, decidiu mudar seu modo de vida (Lc. 19.8,9). A riqueza é perigosa porque o seu poder está relacionado a uma divindade, Mamom, que é rival de Deus (Mt. 16.33), aqueles que adoram a esse deus são chamados por Jesus de insensatos (Lc. 12.16-21). As palavras de Paulo, ao jovem pastor Timóteo, servem de alerta a todos os cristãos, em especial à liderança: “os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição” (I Tm. 6.9), por isso, o líder da igreja não deve ser “apegado ao dinheiro” (I Tm. 3.3) e os diáconos não podem ser amigos de “lucros desonestos” (I Tm. 3.8).

3. O CAMINHO PARA A VERDADEIRA PROSPERIDADE
O caminho para a verdadeira prosperidade se encontra, entre muitas passagens bíblicas, na igreja de Jerusalém. Aquela sim era uma igreja próspera, pois mesmo não sendo normativo, os crentes demonstravam sensibilidade para as necessidades dos mais carentes. Lucas registra que “os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade” (At. 2.44,45). Ao invés de viverem apregoando a prosperidade financeira, buscavam a comunhão uns com os outros, se “dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações” (At. 2.42), a lógica do acúmulo não era central naquela comunidade, pois exercitavam a generosidade espontânea (At. 4.36,37). A comunhão era o valor fundamental, pois “ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinha” (At. 4.31,32). Esse modelo, conforme destacamos anteriormente, não deve ser imposto sobre quem quer seja, os membros da igreja, conforme depreendemos de At. 5.1-5, tinha liberdade, isto é, opção de ficarem com seus recursos, ninguém era obrigado a entregar tudo o que tinha. O princípio, no entanto, permanece, a generosidade deva ser cultivada na igreja e a preocupação com as necessidades do irmão. Ser verdadeiramente próspero, nesse sentido, não significa acumular mais, antes ter mais para contribuir para o Reino de Deus. A condição financeira das pessoas nas igrejas é um assunto por demais complexo, e que não pode ser simplificado, sob o risco de cairmos no simplismo. As condições sociais e as oportunidades que as pessoas tiveram ao longo da sua existência não podem ser desconsideradas. É preciso estar ciente de que vivemos em um mundo injusto, distanciado da graça de Deus, as pessoas não têm igualdade de oportunidades. Os ricos conseguem ficar cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. A educação tem sido um instrumento para a ascensão social, mas não podemos deixar de atentar para o fato de quem nem todos têm oportunidade à educação de qualidade e ao emprego.

CONCLUSÃO
Diante dessa realidade, precisamos reconhecer que a economia de Deus vai em direção oposta àquela apregoada pelo mundo. Na economia de Deus não vale mais o que mais acumula, mas o que mais se desprende. Na economia de Deus o investimento maior não é no material, mas no celestial, onde o ladrão não rouba nem a traça corrói. Aqueles que, com seu trabalho honesto ou com muito estudo, conseguiram uma condição mais abastarda, lembrem-se daqueles que nada têm, e da recomendação bíblica: “a quem muito foi dado, muito será cobrado” (Lc. 12.48).

BIBLIOGRAFIA
FOSTER, R. A liberdade da simplicidade. São Paulo: Vida, 2008.
WILSON-HARTGROVE, J. God’s economy. Grand Rapids: Zondervan, 2009.

LIÇÃO 11- COMO ALCANÇAR A VERDADEIRA PROSPERIDADE


Publicado em 6 de Março de 2012 as 11:13:44 AM Comente
TEXTO ÁUREO = Descansa no SENHOR e espera NELE; Não te Indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos ( SL 37: 7 )
VERDADE PRÁTICA = A verdadeira prosperidade é ter a salvação de Deus em Cristo Jesus
Leitura Bíblica = SALMO 73.1-17
INTRODUÇÃO
O salmista teve a sua fé duramente provada ao procurar entender porque os ímpios prosperam tanto, enquanto os justos, embora temam a Deus e pautem exemplarmente a sua vida, sofrem, às vezes, tremendos dissabores. Contudo, Deus é justo. Se não entendemos tudo o que acontece no mundo, um dia, quando chegarmos à divina presença, compreenderemos todos os mistérios.

1. BOM É DEUS PARA COM ISRAEL
O salmo começa com uma conclusão incisiva. O salmista previne o leitor: o que exporá com relação aos ímpios, refere-se a uma situação já superada. Essa conclusão é a razão de ser do Salmo 73. Mais do que uma lamentação sobre a prosperidade dos ímpios, este salmo é um hino de fé e de confiança em Deus.

II. ASAFE E A PROSPERIDADE DOS ÍMPIOS (vs. 4-12)
O salmista enfoca diversas facetas da vida dos ímpios. Muito perturbado, refere-se a estes como sendo os poderosos deste mundo. Parece esquecer-se dos ímpios que estão sempre marcados pela pobreza e miséria.
1. Não trabalham muito. Na realidade, pode-se perceber claramente que muitos homens abastados são ímpios da pior espécie. Ganham dinheiro facilmente através de atividades desonestas tais como tráfico de drogas, prostituição (inclusive de menores). contrabando, extorsão etc. Há muita gente trabalhando para eles, de modo que não precisam afadigar-se nem se consumir em suor.
2. São soberbos e violentos (v. 6). Asafe ressalta o fato de os ímpios cercarem-se de orgulho como de um colar; eles “vestem-se de violência como de um adorno”. A violência do ímpio, na prática, é uma atitude de defesa. A Bíblia declara que “a soberba do homem o abaterá…” (Pv 29.23).
3. Bem alimentados e criativos (v. 7). Na verdade, os ricos, que não têm compromisso com Deus, vivem de banquetes e de festas, que são símbolo do poder humano. Eles não encontram tempo para refletir acerca de seu destino eterno.
4. São corruptos e opressores (v. 8). Infelizmente, até no meio evangélico, há pessoas que procedem injustamente contra operários e trabalhadores. Não é à toa que Tiago condena os ricos opressores (Tg 5.4).
5. São incrédulos e blasfemam contra Deus (vs. 9-11). Temos visto exemplos marcantes de ímpios que se voltaram contra Deus e, hoje, encontram-se esmagados pela mão do Altíssimo. Eis o que Davi deixou-nos escrito: “Aquele que habita nos céus se rirá.., o Senhor zombará deles” (Sl 2.4). E, na Epístola aos Hebreus, encontramos esta advertência: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.3 1).
III. COMO ASAFE SENTIU-SE ANTE A PROSPERIDADE DOS ÍMPIOS
1. Quase desviado (v. 2). Após afirmar que Deus é bom para com Israel, Asafe passa a narrar o que lhe sucedeu ao contemplar a prosperidade dos ímpios. Sua mente ficou perturbada. Ele mesmo o confessa: “Quanto a mim, os meus pés quase se desviaram”.
2. Invejando os soberbos (v. 3). Como pode um homem de Deus, como Asafe, ser assaltado por um sentimento tão baixo quanto a inveja? Só o entenderemos, analisando sua crise a partir do prisma da fraqueza humana. Ele teve inveja dos soberbos “ao ver a prosperidade dos ímpios”.
3. Ficou perturbado. “Quando pensava em compreender isto, fiquei sobremodo perturbado” (v. 16).
4. Ficou desiludido com a sua vida espiritual (v. 13-14). Diante de tantas evidências quanto à prosperidade dos ímpios, o salmista concluiu que, em vão, havia purificado o seu coração e lavado as suas mãos na inocência.
5. O coração azedou (v. 21). Muitas pessoas deixam-se dominar por esse tipo de emoções e, como resultado, acabam acometidas por muitas doenças. O Dr. Mc Millen, PhD cristão, afiança que 90% das enfermidades são de origem emocional. Por isso, a Palavra de Deus recomenda: “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (Hb 12.15).

IV. ENTENDENDO A VERDADEIRA PROSPERIDADE (vs 15-20).
O salmista, então, descobre que ele próprio era próspero, e não o sabia. Por isso, glorifica a Deus.
1. Teve prudência no falar (v. 15). “Se eu dissesse: Também falarei assim; eis que ofenderia .a geração de teus filhos”. Mostra-nos isto que Asafe, embora houvera pensado negativamente, a ninguém manifestou o teor de seu pensamento. Nada disse à esposa, nem aos filhos, ou aos amigos. Se o tivesse feito, teria pecado duas vezes. Uma, por achar que Deus era injusto. Outra, por abrir a boca e dizer coisas inoportunas.
2. Entrou no santuário de Deus (v. 17a). Ao invés de falar, de murmurar, como muitos hoje em nossas igrejas, Asafe entrou no santuário para orar, buscar a Deus, e derramar, diante dEle, suas mágoas e frustrações.
3. Entendeu o fundos ímpios (v. 17b). Deus não revelou a Asafe o progresso, nem a prosperidade dos ímpios, mas o fim destes. O que estava acontecendo, o salmista já o sabia. Deus permite que o ímpio prospere. Mas só materialmente. Espiritualmente, o ímpio é um miserável.
Ele se gaba: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta”. Todavia, a resposta de Deus logo vem: “E não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Ap 3.17).
O salmista, por conseguinte, teve uma visão do futuro dos ímpios, a partir do que acontece no presente: “…então, entendi eu o fim deles”. Meditemos no que o salmista entendeu:
a) Deus os põe em lugares escorregadios (v.18a). Refere-se isso à falta de solidez dos ímpios. Eles não têm base firme para suas vidas. Têm a casa edificada sobre a areia.
b) Deus os lança em destruição (v.. 18b). Por mais que prosperem, o fim dos ímpios (se não se converterem) é a destruição. “Os ímpios serão lançados no inferno…” (Si 9.17a).
c) Eles caem em desolação e são consumidos por terrores (v. 19). Podem ter muitas riquezas, mas, no final, serão atormentados (Ver Lc 16.19-31).
d) Deus despreza a aparência deles (v. 20b). A essa altura, orando no templo, o salmista já houvera entendido que a glória e a prosperidade dos ímpios são apenas aparentes.
4. A verdadeira prosperidade (vs. 23-28). Em sua estada no templo, o salmista teve profundas revelações. Não só quanto a falsa prosperidade dos perversos, mas, também, do que é ser realmente próspero.
a) É estar com Deus (v. 23a). “Todavia, estou de contínuo contigo”. A presença de Deus dá descanso (Êx 33.14). Na presença do Senhor há fartura de alegria(SI 16.11).
b) É estar seguro por Deus (v. 23b). O salmista reconhece: “…me seguraste pela mão direita”. Asafe, agora, reconhece que, na verdade, ele é quem estava prosperando. Mesmo tendo sido tentado, o Senhor o sustentou em todas as coisas.
c) É ser guiado por Deus até a eternidade (v. 24). “Guiar-me-ás com teu conselho e, depois, me receberás em glória”. Quem é guiado por Deus tem segura prosperidade, principalmente no que tange às riquezas eternas.
d) É ser rico, espiritualmente, no céu e na terra (v. 25). “A quem tenho eu no céu senão a ti?” Ele conclui que ninguém é mais valioso que o Senhor. Nenhuma riqueza material supera o fato de se ter Deus na vida. Isso contraria a idéia que muitos crentes alimentam quanto à prosperidade, que é vista do ponto de vista utilitarista e material. Bens materiais são bênçãos de Deus para o crente, mas a verdadeira prosperidade é a das riquezas espirituais e eternas.
e) É ter Deus como fortaleza e porção da vida (v. 26). O salmista, em sua oração, viu que a sua carne era fraca, mas Deus era a fortaleza do seu coração. E acrescentou que Deus é a porção da sua vida. Essa é a verdadeira prosperidade.
f) É aproximar-se de Deus e confiar nEle (v. 28). Asafe conclui o salmo, dizendo: “Mas, para mim, bom é aproximar-me de Deus”. Ele não avaliava mais a prosperidade com ênfase na transitoriedade dos bens materiais, mas na prevalência do espiritual sobre o material e, principalmente, no relacionamento com Deus. Por fim, ele coloca no Senhor a sua confiança para anunciar aos outros as grandes obras de Deus.
A PALAVRA DE DEUS É A FONTE DA PROSPERIDADE
- Vistas as características da promessa bíblica da prosperidade em relação à Igreja, temos, ainda, de indagar como obter esta promessa, já que, como vimos, trata-se de uma promessa condicional.
- Dissemos que a prosperidade enquanto promessa para a Igreja como que se confunde com a bem-aventurança e vimos que a primeira vez em que surge a expressão “bem-aventurado” nas Escrituras, ainda que dirigida a Israel, ressalta-se que a fonte desta bem-aventurança é a salvação pelo Senhor (Dt.33:29). Assim, tem-se que a fonte da prosperidade está na salvação, salvação que, sabemos, se dá pela fé em Cristo Jesus (Ef.2:8), fé que vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus (Rm.10:17).
- O salvo autêntico e verdadeiro tem de ter raiz, tem de ter base na Palavra de Deus. Como diz o Senhor, só quem ouve e pratica as Suas palavras pode vencer as dificuldades, as provações da vida, os obstáculos que surgem na vida de cada um. Quem constrói a sua casa sobre a rocha, os ventos, as tempestades e os rios não são capazes de destruir a edificação (Mt.7:24,25). Construir a casa sobre a rocha é crescer na Palavra de Deus, pois a rocha aí é símbolo de Cristo, que é a Palavra (Jo.1:1).
- Pela botânica, sabemos que a raiz é a parte do vegetal superior mais importante, porque é a que dá a sustentação para o crescimento do vegetal e através da qual se vem a alimentação necessária para a sobrevivência. Uma planta que não tenha uma raiz suficiente, como Jesus disse na parábola do semeador, não resiste, morre. Uma planta cuja raiz não tenha condições de continuar crescendo, levará à morte do vegetal, porque, mais cedo ou mais tarde, a planta será deslocada e, sem estar presa ao solo, acabará por morrer, por maior ou mais antiga que seja.
Aliás, recentemente, vimos uma reportagem a respeito da quantidade de árvores antigas que estão caindo no Rio de Janeiro, precisamente por causa das instalações de cabos, dutos e tubulações subterrâneas naquela cidade que comprometem a persistência do crescimento das raízes destas árvores, que passam a cair com muita freqüência, por qualquer abalo mais forte, como chuvas ou ventanias.
- A própria Bíblia, quando fala do servo fiel, do homem bem-aventurado, ou seja, do homem mais do que feliz, que assim o é por ter comunhão com Deus, sempre o compara a árvores que têm raízes profundas, a indicar, portanto, ser indispensável que se tenha o conhecimento crescente, contínuo e profundo da Palavra de Deus para se ter uma vida espiritual sadia.
- Em Nm.24:6, numa das profecias de Balaão, Israel, o povo santo do Senhor, é comparado como “árvores de sândalo que o Senhor plantou, como cedros junto às águas”(ECA). Tanto o sândalo, quanto o cedro têm raízes profundas e muito eficientes. Os cedros são ditos junto às águas, ou seja, possuem raízes que vão diretamente à fonte de água, a permitir um crescimento duradouro e bem grande.
Além do mais, pela sua altura (o cedro do Líbano tem entre 13 a 20 metros de altura), o cedro, necessariamente, tem de ter raízes bem profundas. Assim deve ser o crente: uma pessoa com raízes profundas, ou seja, que se esmera no estudo e no conhecimento da Palavra de Deus, conhecimento que lhe permita levar até as águas vivas oferecidas por Cristo Jesus (cf. Jo.4:10,11).
- No Salmo 1, temos uma das mais conhecidas referências dos salvos a árvores. O salmista diz que o varão bem-aventurado é como a árvore plantada junto ao ribeiro de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria (Sl.1:3). Quem é este varão, que, por ser uma árvore planta junto a ribeiro de águas, tem a mesma estrutura do cedro mencionado na profecia de Balaão? É o varão que tem seu prazer na lei do Senhor e na sua lei medita de dia e de noite (Sl.1:2). Ser uma árvore plantada junto a ribeiro de águas, com fortes e profundas raízes que asseguram um crescimento contínuo e uma saúde tal que faz com que frutifique e frutifique no tempo certo é tão somente ter conhecimento da Palavra de Deus, é meditar noite e dia, dia e noite na Palavra do Senhor. Quer ser uma árvore desta natureza? Quer ter firmeza e saúde espiritual? Basta dedicar-se à meditação na Palavra de Deus diariamente!
- Esta é a fonte da prosperidade. Tudo que se fizer será bom, trará bem-estar se fizermos de acordo com a Palavra de Deus. Muitos têm tudo, até dinheiro em demasia, mas não têm o bem-estar. Vivem inquietos, atribulados, apesar e por causa das muitas riquezas, não tendo qualquer alegria ou contentamento verdadeiros, porque não fazem as coisas de acordo com a sã doutrina. Ser próspero é ter bem-estar em tudo o que se faz, ago muito diferente e muito melhor do que possuir bens materiais.
- No Sl.52:8, o salvo é comparado a uma “oliveira que floresce na casa de Deus”(ECA). A oliveira é uma árvore que tem cerca de 7 metros de altura, o que mostra ser também uma planta onde as raízes têm de ser profundas. Embora seu desenvolvimento seja lento, suas raízes são tão fortes que, mesmo havendo o seu corte, as raízes são capazes de produzir até cinco troncos sucessivamente, não sendo difícil que oliveiras sejam mantidas por séculos se não forem perturbadas. Temos, pois, mais uma árvore que se caracteriza pela profundidade e pela força de suas raízes. O fruto da oliveira, a azeitona, dá-nos o azeite, que é um dos símbolos do Espírito Santo. O vigor das raízes da oliveira mostra-nos, assim, que uma vida de dedicação à Palavra de Deus produz uma ação vigorosa do Espírito Santo para todos os que nos cercam. Não é à toa que a oliveira era, desde a mais remota Antigüidade, um símbolo da amizade e da paz. Para que floresçamos na casa do Senhor, é indispensável que tenhamos raízes profundas, que conheçamos a Palavra de Deus.
- Neste florescer, além de embelezarmos o ambiente onde estivermos, também exalaremos o “bom cheiro de Cristo” (II Co.2:14-16), contribuindo para o bem-estar de tantos quantos estão à nossa volta e que têm a mesma esperança.
Verdade é que, por sermos prósperos, provocaremos a ira e a indignação dos que estão destinados à condenação, pois o “bom cheiro de Cristo” para eles é cheiro de condenação, é denúncia de sua lamentável situação, mas, como temos o Espírito de Deus, teremos o devido consolo e alegria, pois sabemos que o nosso bem-estar é a garantia de que nos está reservado um galardão nos céus. Aleluia!
- No Sl.92:12-15, é dito que “o justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano, plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes, proclamando: o Senhor é reto, Ele é a minha rocha e nEle não há impiedade”(ECA). Ao comparar o justo à palmeira, vemos que se tem uma árvore alta, esguia, sem ramos, com um tufo de folhas de 2 a 3 metros de comprimento a coroá-la.
Embora não seja tão alta como o cedro, a palmeira também possui raízes profundas e firmes, vez que, normalmente, seu tronco é flexível, resistente a ventanias, principalmente as espécies que surgem à beira-mar. A profundidade e firmeza das raízes uma vez mais se apresentam como característica do servo de Deus, que é uma demonstração de sua prosperidade, de seu bem-estar. Nesta passagem, o salmista ressalta a circunstância da perenidade. Quem está firmado na Palavra, nem mesmo o desgaste da idade física compromete a qualidade do seu fruto espiritual. Pelo contrário, este justo sabe que está firmado na Palavra, que tem sua base na rocha que é o seu Deus e que, quando se vive a Palavra de Deus, é-se consciente de que não se pode pecar, pois Deus não tem qualquer impiedade.
- O profeta Isaías diz que as pessoas alcançadas pela mensagem do Messias seriam chamadas de “árvores de justiça”, “plantação do Senhor, para que Ele seja glorificado” (Is.61:3?in fine”). Quem aceita a Cristo tem de ser “árvore de justiça” e para que assim o sejamos, faz-se preciso que sejamos “plantados pelo Senhor” e com o propósito de glorificá-lO. Ora, onde o Senhor nos planta? Já vimos no estudo destas referências bíblicas que o Senhor nos planta “junto às águas”, ou seja, em Cristo, na fonte de água viva, na rocha, na Palavra de Deus, pois, como sabemos, a água representa a Palavra do Senhor ( I Co.10:4; Ef.5:26).
É este o lugar em que somos plantados, é esta a fonte da verdadeira prosperidade e não poderia ser diferente, pois, para sermos “árvores de justiça”, temos de estar junto ao “justo” (I Pe.3:18) e é conhecendo a Palavra que a praticaremos e quem é a pratica é justo, assim como Ele é justo (I Jo.3:7).
- O profeta Jeremias torna a dizer que o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor é “como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro. Não receia quando vem o calor, suas folhas são sempre verdes. No ano da sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto” (Jr.17:8). Mais uma vez vemos que o salvo em Cristo Jesus cresce espiritualmente em direção ao ribeiro, ou seja, em direção à água, em direção à Palavra de Deus.
A verdadeira prosperidade gera um genuíno crescimento espiritual, que é feito na Palavra do Senhor, sendo, pois, totalmente sem respaldo bíblico a tentativa de se construir uma espiritualidade à margem da Palavra de Deus, com base em “revelações”, “novas unções”, “dons espirituais” ou misticismos da mais ampla variedade, como vemos nos nossos dias. O verdadeiro salvo cresce “para o ribeiro” e, ao crescer na Palavra, no conhecimento das Escrituras, esta Palavra vai sendo confirmada com a manifestação do poder do Senhor, com sinais, maravilhas e dons espirituais (Hb.2:3).
- O profeta Ezequiel, na sua visão do rio purificador, o rio que correrá em torno do templo do Milênio, observou que, ao lado deste rio, havia árvores tanto de um lado quanto de outro, árvores que estavam à margem do rio. Esta visão, além do seu sentido literal, também nos traz uma figura do que é a comunidade que se encontra sob o domínio do Senhor, como será Israel na época milenial. A igreja da nossa dispensação, o Israel de Deus (Gl.6:16) é formado unicamente por árvores que se encontram junto às águas, por pessoas que dão prioridade à Palavra do Senhor, que nela meditam e que a cumprem dia e noite, noite e dia. Ser próspero significa pertencer a este povo, não ao grupo dos “grandes mercadores” que anseiam e anelam servir ao Anticristo.
- O profeta Oséias, ao profetizar sobre a restauração espiritual de Israel, afirmou que Israel “florescerá como o lírio e espalhará as suas raízes como o cedro do Líbano. Estender-se-ão os seus ramos, e a sua glória será como a da oliveira, o seu odor como um cedro do Líbano. Voltarão a habitar na sua sombra. Serão vivificados como o trigo e florescerão como a vide, a sua memória será como o vinho do Líbano” (Os.14:6,7 ECA). Aqui também se vê como o povo salvo é sempre um povo que tem raízes que se espalham, raízes que crescem e se desenvolvem.
- Ante tantas manifestações bíblicas, podemos ainda ter alguma dúvida a respeito de que a verdadeira prosperidade tem como fonte a Palavra de Deus? Podemos nos manter acomodados com a negligência que temos tido e assistido com relação ao ensino da Palavra de Deus em nossas igrejas locais na atualidade? A única forma de termos a verdadeira prosperidade, de nos apossarmos desta promessa de Deus é voltando à Palavra de Deus, é deitando raízes na meditação das Sagradas Escrituras.

A VERDADEIRA FELICIDADE
“Feliz o homem constante No temor de Deus”. Prov. 28:14
Muitas pessoas têm confundido felicidade com aquilo que é apenas alegria, sucesso, ou bem-estar passageiro. Estão sempre à procura daquilo que já possuem, pois, são felizes e não o sabem.
Imaginam que riqueza e projeção social podem levá-las ao auge do prazer e do contentamento. Isto, porque almejam subir ainda mais nos seus anseios que podem não ter fim.
E a ambição, a causadora das insatisfações constantes. A felicidade não está nas coisas e nos anseios já realizados porque, com antecedência, já está dentro da pessoa, mesmo antes que lhe aconteçam o sucesso e a vitória. E um estado de espírito tranqüilo e manso. Pode-se até dizer que a felicidade é a roupagem da paz e do amor.
Talvez seja por isso que dizemos, quando estamos lendo a felicidade nos olhos de certa pessoa, que ela transmite a luz da alegria. A felicidade tem sido convidada a entrar na vida dos nossos melhores amigos em ocasiões especiais. E ela que podemos almejar como nossa bênção, a título de presente. Estamos empenhados em consegui-la e segurá-la antes que nos escape das mãos, indo pelos vãos dos dedos. Não nos dá o direito a exclusividades. Qualquer pessoa pode usufruir desse maravilhoso sentimento de ventura. Ainda bem que pelo menos as crianças a possuem com naturalidade.
A felicidade une aos que se amam ardentemente, de poucos ou de longos anos; aos que na medida do possível querem ficar sempre perto. Esta é a compreensão que podemos demonstrar como coisa elementar da vivência de cada um de nós. Mas na Bíblia, no Salmo I, a verdadeira felicidade não se refere apenas ao cotidiano relacionado com o viver simplesmente; mas também à nossa maneira de ser e agir, coisas do interior, como querer e proceder.
Assim, a pessoa só poderá ser feliz, dentro do quadro que o salmo sugere: Bom caráter, o trilho certo, a percepção do certo e do errado. Na linguagem atualizada, revista e corrigida, está escrito: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”. (Salmo 1:1).
Na linguagem de hoje: “Feliz aquele que rejeita os conselhos dos maus, que não segue o caminho dos pecadores, e não anda com os que zombam de Deus”. (Salmo 1:1).
Os maus, os pecadores, e os que zombam de Deus, dos nossos dias, não vêem estas palavras do salmista como um alerta para a felicidade. Antes, julgam que as pessoas que agem assim, são covardes, inibidas e atrasadas socialmente. Conforme o salmista sugere, para estas pessoas a felicidade está à vista do que vêem e do que lhes é oferecido pelos desejos da carne.
Podemos sentir que, realmente, a felicidade está no fato desse homem do Salmo I vir comandando a sua vida, segundo o que Deus lhe apraz. Ele age, deixa de fazer, e escolhe o seu próprio caminho.
Se ouvir os conselhos dos maus; caminhar entre os praticantes do mal, e assentar-se no meio dos ímpios, tomando parte ativa nas suas deliberações, e com gosto, então não deseja a verdadeira felicidade que Deus tem para lhe dar. Assim tem-se confundido prazer momentâneo com satisfação permanente. Segundo o salmista que compôs a poesia do Salmo I, as pessoas que agem erradamente, não poderão ser felizes. Ele as classifica como palha que o vento leva; serão condenadas e separadas. E o seu desígnio é a perdição. Não há aproveitamento algum.
No versículo dois, o salmista diz que o prazer da pessoa que é feliz deve estar, continuamente, na leitura da “lei do Senhor” e nela meditar dia e noite. Esta é uma afirmação, pois, a pessoa é feliz porque faz isso; o meditar na palavra que aponta o farol que ilumina o caminho trilhado. O aprendizado se faz a qualquer momento que ele necessitar. Pela manhã, à tarde ou à noite. A comunhão com o Senhor, às vezes, depende do que Ele tem para nos dizer.
O terceiro versículo diz que a pessoa que assim procede, é semelhante a uma árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ela faz será bem sucedido. Arvore forte, verde, frutífera, e que não mente. Na estação ela dá o fruto esperado. Folhagem que não murcha, visual constante, sadio, tem o bem sucedido. E estável e menos faltoso, não se pode fugir desta realidade. Nós nos consideramos felizes à medida que formos constantes no temor de Deus.
E um salmo que define a felicidade em relação à pessoa e a Deus. E uma boa receita para os que querem ser agradáveis, e fazer as coisas se tornarem agradáveis também. Infelizmente, temos ouvido pessoas dizerem que a felicidade não existe, e somente momentos felizes estão claros. Ora, sabemos que estes que assim se expressam, são ignorantes em relação a verdadeira felicidade. São os desiludidos que não sabem distinguir o sentido da felicidade, daquilo que atribuem como sendo a própria felicidade.
O que acontece é que falham no amor, nos negócios, na vida e na fé. São fracassos e o problema é pessoal e passageiro. Uma vez passados os deslizes, a perda, a fé inconstante, tudo pode ser superado. E o que aconteceu fica com o passado. Há pessoas que sendo inválidas, se declaram felizes, ignorando a dor e o sofrimento que a doença lhes tem causado.
A felicidade não é viver para si somente, numa rotina de vida, sem procurar modificá-la para melhor. E também ajudar, quando isto nos é permitido pelas possibilidades. Existem muitas maneiras de sermos úteis e levarmos felicidade a outros. Crianças nos orfanatos, velhos nos asilos, doentes em casa ou nos hospitais, pessoas assentadas nas calçadas à espera de socorro, etc.
Eles esperam de nós a palavra amiga, simpática, que se transforma em carinho quando damos nossa atenção a mais pobre destas criaturas. Nem sempre seremos bem recompensados se vivermos apenas em função de nós mesmos.
Não devemos nos esquecer que a vida tem suas variações. Às vezes, é como lugar árido, sem flores, sem sombra e até sem água. Vales e montes se nos deparam e somos obrigados a descer sem ajuda, escorregando e caindo. Ou então, temos de escalar montanhas cheias de dificuldades sem um único empurrão amigo. A felicidade não é visível, mas é suave, não machuca, só faz o bem. E por isso devemos ter os pés no chão, olhos presos no futuro, e caminhar confiando no Senhor que possuem as melhores bênçãos que conhecemos. Gozemos a paz, dediquemo-nos ao amor, e cultivemos a fé que significa a força e a ponte que nos leva ao nosso Deus.
Confiando nas promessas de Deus
Gênesis 50:25 E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui.
É comum que as pessoas tenham dificuldades para acreditar e esperar em promessas, especialmente em nosso Brasil, onde há muitos prometedores politiqueiros que usam até o nome de Deus mas que dificilmente cumprem suas promessas obrigando cada um a “se virar como pode”, a deixar tudo como está, a perder a esperança de mudanças, em fim perder a fé.
José sabia que o povo de Israel poderia perder a fé na promessa de Deus, embora o Senhor não seja politiqueiro, por isso ele fez um pedido que reforçava sua fé na promessa de Deus e que deveria ser lembrado pelo Povo de Deus. Ele pediu que quando o Senhor os tirasse do Egito, levassem seus ossos para serem sepultados na terra Prometida por Deus a Abraão. Podemos ver nesse pequeno trecho que quem confia na promessa de Deus sabe que nada poderá impedi-la, vejamos:
- O poder humano não poderia impedir, e José sabia bem disso em sua própria história de vida. Quanta vez esteve perto de perder tudo, ou melhor, perdeu, e Deus lhe restituiu chegando a ser o homem mais importante no maior reino de sua época. José sabia que o mesmo Deus que levara seu povo para o Egito para livrá-lo da morte durante uma grande fome, pois o povo era ainda nômade ou semi-nômade e não tinha estruturas para enfrentar tal provação, além do mais, Faraó jamais receberia o Povo de Deus se não fosse em gratidão pelo livramento dado por Deus pelas mãos de José que previu e aprovisionou mantimento nos dias de fartura para os dias de penúria. O Deus que livrara o seu povo da força da natureza e da força de Faraó, não seria impedido por nenhum ser humano, por mais importante e poderoso que fosse.
- A distância e solidão também não podem impedir as promessas de Deus. José sabia que o povo tenderia a se acomodar, mas que não se pode acomodar a acordos com o homem ímpio. Fora da Terra Prometida, Israel era alguém sem posse, sem identidade de cidadão, entregue à própria sorte e aos possíveis caprichos e discriminações dos senhores da terra, como ocorreu posteriormente.
Tiremos como lição de que por mais distantes que estejamos do cumprimento de promessas de Deus, nosso Senhor não está distante pois é onipresente e está conosco a cada momento vendo o que fazemos de bom e mal. Vamos viver como quem tem certeza de que o provedor está conosco mesmo que a promessa esteja além do horizonte.
- A morte e o mundo espiritual também não podem nos separar das promessas de Deus. Note que numa cultura onde havia técnicas sofisticadas de mumificação com intenção de perpetuar os mortos pela preservação de seu corpo, e conceder com isso algum benefício no porvir, José negou as práticas idolátricas dos Egípcios e disse que queria que o povo de Deus levasse seus ossos para Canaã.
Isso significa que mesmo embalsamado como aponta o texto, este procedimento não foi feito com os requintes egípcios de preservação, provavelmente foi apenas um ato de perfumar o corpo, prepará-lo para suportar o tempo suficiente para ser chorado por todo o povo visto que se tratava de alguém extremamente querido tanto pelos judeus quanto por aquela geração de egípcios. José não se precipitava pois ele sabia que a morte e qualquer força espiritual não pode nos afastar do cumprimento das promessas de Deus e de sua Salvação. A morte tem nos preocupado? O mundo espiritual tem nos preocupado? Confiemos em Cristo pois ele está conosco para nos salvar seja qual for nossa situação perante a vida neste mundo.
- Outra coisa que a preocupação de José nos mostra é que o tempo, que para nós é inexorável, é impotente perante o Deus Eterno. Há quanto tempo esperamos por promessas? Algumas podem demorar mas certamente virão no momento certo, quando Deus quiser. A promessa mais importante não está sujeita ao tempo, que é a Salvação. Nós é que podemos adiar sua realização pela nossa desobediência em submeter-se a Jesus reconhecendo nossos pecados, e podemos também fazer com que ela ocorra imediatamente quando aceitamos a Cristo.
Que estas verdades nos confortem e nos despertem no servir a Deus: não há poder, distância, solidão, tempo, morte ou força espiritual que possa nos separar do amor de Deus.
Deus o Trabalho e a Prosperidade
A prosperidade financeira obedece a normas, regras e métodos estabelecidos. Por outro lado, da perspectiva bíblica, a prosperidade é um dom de Deus. É ele quem concede saúde, oportunidades, inteligência, e tudo o mais que é necessário para o sucesso financeiro. E isso, sem distinção de pessoas quanto ao que crêem e quanto ao que contribuem financeiramente para as comunidades às quais pertencem. Deus faz com que a chuva caia e o sol nasça para todos, justos e injustos, crentes e descrentes, conforme Jesus ensinou (Mateus 5:45). Não é possível, de acordo com a tradição reformada, estabelecer uma relação constante de causa e efeito entre contribuições, pagamento de dízimos e ofertas e mesmo a religiosidade, com a prosperidade financeira.
Várias passagens da Bíblia ensinam os crentes a não terem inveja dos ímpios que prosperam, pois cedo ou tarde haverão de ser punidos por suas impiedades, aqui ou no mundo vindouro. Através dos séculos, as religiões vêm pregando que existe uma relação entre Deus e a prosperidade material das pessoas. No Antigo Oriente, as religiões consideradas pagãs estabeleceram milênios atrás um sistema de culto às suas divindades que se baseava nos ciclos das estações do ano, na busca do favor dessas divindades mediante sacrifícios de vários tipos e na manifestação da aceitação divina mediante as chuvas e as vitórias nas guerras. A prosperidade da nação e dos indivíduos era vista como favor dos deuses, favor esse que era obtido por meio dos sacrifícios, inclusive humanos, como os oferecidos ao deus Moloque.
No Egito antigo a divindade e poder de Faraó eram mensurados pelas cheias do Nilo. As religiões gregas, da mesma forma, associavam a prosperidade material ao favor dos deuses, embora estes fossem caprichosos e imprevisíveis. As oferendas e sacrifícios lhes eram oferecidas em templos espalhados pelas principais cidades espalhadas pela bacia do Mediterrâneo, onde também haviam templos erigidos ao imperador romano, cultuado como deus.A religião dos judeus no período antes de Cristo, baseada no Antigo Testamento, também incluía essa relação entre a ação divina e a prosperidade de Israel. Tal relação era entendida como um dos termos da aliança entre Deus e Abraão e sua descendência.
Na aliança, Deus prometia, entre outras coisas, abençoar a nação e seus indivíduos com colheitas abundantes, ausência de pragas, chuvas no tempo certo, saúde e vitória contra os inimigos. Essas coisas eram vistas como alguns dos sinais e evidências do favor de Deus e como testes da dependência dele. Todavia, elas eram condicionadas à obediência e só viriam caso Israel andasse nos seus mandamentos, preceitos, leis e estatutos. Estes incluíam a entrega de sacrifícios de animais e ofertas de vários tipos, a fidelidade exclusiva a Deus como único Deus verdadeiro, uma vida moral de acordo com os padrões revelados e a prática do amor ao próximo. A falha em cumprir com os termos da aliança acarretava a suspensão dessas bênçãos.
Contudo, a inclusão na aliança, o favor de Deus e a concessão das bênçãos não eram vistos como meritórios, mas como favor gracioso de Deus que soberanamente havia escolhido Israel como seu povo especial.O Cristianismo, mesmo se entendendo como a extensão dessa aliança de Deus com Abraão, o pai da fé, deu outro enfoque ao papel da prosperidade na relação com Deus. Para os primeiros cristãos, a evidência do favor de Deus não eram necessariamente as bênçãos materiais, mas a capacidade de crer em Jesus de Nazaré como o Cristo, a mudança do coração e da vida, a certeza de que haviam sido perdoados de seus pecados, o privilégio de participar da Igreja e, acima de tudo, o dom do Espírito Santo, enviado pelo próprio Deus ao coração dos que criam.
A exultação com as realidades espirituais da nova era que raiou com a vinda de Cristo e a esperança apocalíptica do mundo vindouro fizeram recuar para os bastidores o foco na felicidade terrena temporal, trazida pelas riquezas e pela prosperidade, até porque o próprio Jesus era pobre, bem como os seus apóstolos e os primeiros cristãos, constituídos na maior parte de órfãos, viúvas, soldados, diaristas, pequenos comerciantes e lavradores. Havia exceções, mas poucas. Os primeiros cristãos, seguindo o ensino de Jesus, se viam como peregrinos e forasteiros nesse mundo. O foco era nos tesouros do céu.
A Idade Média viu a cristandade passar por uma mudança nesse ponto (e em muitos outros). A pobreza quase virou sacramento, ao se tornar um dos votos dos monges, apesar de Jesus Cristo e os apóstolos terem condenado o apego às riquezas e não as riquezas em si. Ao mesmo tempo, e de maneira contraditória, a Igreja medieval passou a vender por dinheiro as indulgências, os famosos perdões emitidos pelo papa (como aqueles que fizeram voto de pobreza poderiam comprá-los?). Aquilo que Jesus e os apóstolos disseram que era um favor imerecido de Deus, fruto de sua graça, virou objeto de compra.
Milhares de pessoas compraram as indulgências, pensando garantir para si e para familiares mortos o perdão de Deus para pecados passados, presentes e futuros.
A Reforma protestante, nascida em reação à venda das indulgências, entre outras razões, reafirmou o ensino bíblico de que o homem nada tem e nada pode fazer para obter o favor de Deus. Ele soberana e graciosamente o concede ao pecador arrependido que crê em Jesus Cristo, e nele somente.
A justificação do pecador é pela fé, sem obras de justiça, afirmaram Lutero, Calvino, Zwinglio e todos os demais líderes da Reforma. Diante disso, resgatou-se o conceito de que o favor de Deus não se pode mensurar pelas dádivas terrenas, mas sim pelo dom do Espírito e pela fé salvadora, que eram dados somente aos eleitos de Deus. O trabalho, através do qual vem a prosperidade, passou a ser visto, particularmente nas obras de Calvino, como tendo caráter religioso.
Acabou-se a separação entre o sagrado e o profano que subjaz ao conceito de que Deus abençoa materialmente quem lhe agrada espiritualmente. O calvinismo é, precisamente, a primeira ética cristã que deu ao trabalho um caráter religioso. Mais tarde, esse conceito foi mal compreendido por Max Weber, que traçou sua origem à doutrina da predestinação como entendida pelos puritanos do século XVIII. Weber defendeu que os calvinistas viam a prosperidade como prova da predestinação, de onde extraiu a famosa tese que o calvinismo é o pai do capitalismo.
As conclusões de Weber têm sido habilmente contestadas por estudiosos capazes, que gostariam que Weber tivesse estudado as obras de Calvino e não somente os escritos dos puritanos do séc. XVIII.
Atualmente, em nosso país, a idéia de que Deus sempre abençoa materialmente aqueles que lhe agradam vem sendo levada adiante com vigor, não pelos calvinistas e reformados em geral, mas pelas igrejas evangélicas chamadas de neopentecostais, uma segunda geração do movimento pentecostal que chegou ao Brasil na década de 1900.
A mensagem dos pastores, bispos e “apóstolos” desse movimento é que a prosperidade financeira e a saúde são a vontade de Deus para todo aquele que for fiel e dedicado à Igreja e que sacrificar-se para dar dízimos e ofertas. Correspondentemente, os que são infiéis nos dízimos e ofertas são amaldiçoados com quebra financeira, doenças, problemas e tormentos da parte de demônios.
Na tentativa de obter esses dízimos e ofertas, os profetas da prosperidade promovem campanhas de arrecadação alimentadas por versículos bíblicos freqüentemente deslocados de seu contexto histórico e literário, prometendo prosperidade financeira aos dizimistas e ameaçando com os castigos divinos os que pouco ou nada contribuem.
O crescimento vertiginoso de igrejas neopentecostais que pregam a prosperidade só pode ser explicado pela idéia equivocada que o favor de Deus se mede e se compra pelo dinheiro, pelo gosto que os evangélicos no Brasil ainda têm por bispos e apóstolos, pela idéia nunca totalmente erradicada que pastores são mediadores entre Deus e os homens e pelo misticismo supersticioso da alma brasileira no apego a objetos considerados sagrados que podem abençoar as pessoas.
Quando vejo o retorno de grandes massas ditas evangélicas às práticas medievais de usar no culto a Deus objetos ungidos e consagrados, procurando para si bispos e apóstolos, imersas em práticas supersticiosas e procurando obter prosperidade material por meio de pagamento de dízimos e ofertas me pergunto se, ao final das contas, o neopentecostalismo brasileiro e sua teologia da prosperidade não são, na verdade, filhos da Igreja medieval, uma forma de neo-catolicismo tardio que surge e cresce em nosso país onde até os evangélicos têm alma medieval.
Contribuindo com a obra de Deus
Contribuir com a obra de Deus é uma verdade clara em toda Bíblia. Entretanto, existem dois extremos que estão totalmente fora das Escrituras. O primeiro, dos que gananciosamente mercadejam a fé para obter vantagens pessoais, enganando os incautos. E o segundo, dos avarentos que amam mais o dinheiro do que a Deus e fecham o coração e o bolso para a graça da generosidade.
A Escritura nos ensina a investir no Reino de Deus. A contribuição pessoal, voluntária, generosa, sistemática e alegre está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. E Davi nos oferece alguns princípios sobre o investimento no Reino de Deus quando se preparava para a construção do templo de Jerusalém (1Crônicas 29.1-22).
Naquele momento, ele estava diante de um desafio espiritual. A obra era extensa porque não era para honra de homens, e sim para a glória de Deus (29.1). E Davi sabia que ele e sua família eram alvos dessa obra. Dentre todas as famílias da terra, eles foram escolhidos por Deus para a aliança de salvação. Por isso, Davi contribuiu “todas as suas forças” (29.2).
Nossa generosidade é necessária no Reino de Deus porque somos parte dele. Dentre todas as famílias da terra, Deus nos escolheu em seu eterno amor. Somos parte dessa grande empreitada de salvação. Assim, nada mais natural do que nos tornarmos cooperadores na expansão do Reino de Deus. E há muito a ser feito. Há um templo a ser construído aqui; pessoas a serem evangelizadas; outras igrejas a serem plantadas; pessoas a serem assistidas; missionários a serem enviados. “Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós” (1Coríntios 3.9).
Além disso, Davi investiu generosamente porque amava a obra de seu Deus (29.3-5). Quem ama a Deus se alegra em contribuir com sua obra segundo as suas posses e de forma voluntária e generosa. Amar a Deus é também contribuir de forma sistemática com sua obra. A contribuição da qual Deus se agrada é aquela que é feita por amor, porque “ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará…” (1Co 13.3).
Mas não foi só Davi! Todo povo se alegrou em contribuir voluntariamente (29.6-9). Deus não quer nada que seja feito por constrangimento. Mas espontaneamente, voluntariamente e com alegria. Se não houver deleite e prazer em investir no Reino de Deus, não estaremos fazendo com sinceridade. Nosso coração tem de se inclinar com júbilo para o Senhor. Contribuir é um privilégio, não um sacrifício. Não é um peso, mas uma glória. Assim, “cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria”. (2Co 9.7).
Por fim, todo o povo adorou o Senhor e se regozijou em sua presença (29.20-22). Investir no Reino de Deus e contribuir voluntariamente é um ato solene de adoração. Não é um suborno ou um negócio com Deus. Mas reconhecer que Ele é mais importante que o dinheiro. É a supremacia e a primazia de Deus e de sua grande glória em nossa vida e coração.
Tudo nós temos recebido de Deus. Somos por Ele abençoados em todas as nossas necessidades – basta olhar para os que realmente passam necessidades para ver isso. Por que então não se tornar um investidor em seu Reino? “Honra ao SENHOR com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares” (Provérbios 3.9-10).

CONTRIBUIÇÃO VOLUNTARIA E REGULAR
A LEI DA LIBERDADE do evangelho da graça estabelece alguns princípios para nossas contribuições voluntárias às igrejas.
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7).
Primeiro, não é a igreja que fixa o valor. O crente, sabendo de suas condições financeiras em determinado mês, e da necessidade da congregação, escolhe a quantia a ser ofertada.
Segundo, a contribuição será voluntária e livre de qualquer pressão psicológica, “não por necessidade” de conseguir algum favor espiritual. O termo “necessidade” (gr. ananke) denota “o que tem de necessariamente ser”. Logo, a oferta, se é voluntária, não é uma obrigação. Exemplo de ananke: “Todavia, o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas com poder sobre a sua própria vontade, se revolveu no seu coração guardar a sua virgem, faz bem” (1 Co 7.37).
“Tristeza” (gr. lupe) significa aflição, mágoa, peso, pesar. Exemplo: “Tenho grande tristeza e contínua dor em meu coração” (Rm 9.20). Uma oferta que não seja voluntária, mas obrigatória, por necessidade, poderá causar tristeza em lugar de alegria. Enfim, a alegria resulta de uma decisão tomada de dentro para fora, sob impulso do Espírito Santo, conforme a prosperidade de cada um (1 Co 16.2).
Terceiro, Deus não vê a quantidade ofertada, mas a qualidade dos desejos e motivos do nosso coração ao ofertarmos.
Quarto, o Apóstolo recomenda não ofertar com avareza (2 Co 9.5). Avareza indica um “excessivo e sórdido apego ao dinheiro”, o que é terrível aos olhos de Deus.
Quinto, Deus promete abundância de graça aos que dão com alegria, voluntariamente, de forma generosa.
Sexto, se o rente propuser em seu coração dar mais de dez por cento de seus ganhos, não há nenhum problema, embora esteja em desacordo com Malaquias 3.10, que limita a oferta em dez por cento. Se ofertar com um valor inferior, mas de acordo com sua disponibilidade, também não há problema, desde que seja de coração e com alegria. A Nova Aliança não nos causa o temor de sermos apanhados pelo devorador. Não mais estamos encarcerados na lei, mas dirigidos pela “lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, que me livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.2).
Somos livres. “Lança fora a escrava e seu filho, porque, de modo algum, o filho da escrava herdará com o filho da livre. De maneira que, irmãos, somos filhos não da escrava, mas da livre. Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 4.30, 31; 5.1).

CONCLUSÃO
Que a experiência de Asafe, permitida por Deus, e registrada em sua Palavra, sirva de preciosa lição para nós, hoje, e que jamais nos deixemos abater pelo fato de vermos os ímpios prosperarem. Davi, no Salmo 37.1, recomenda: “Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade, porque cedo serão ceifados como a erva e murcharão como a verdura”.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA
Lições bíblicas CPAD 1997
iptubarao.wordpress.com
www.abibliaevoce.com.br
www.estudosgospel.com.br
evangelicosdotcpr.blogspot.com
Livro Centelha Divina – Janair de Morais Alcântara