terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

LIÇÃO 10 - UMA IGREJA VERDADEIRAMENTE PRÓSPERA


UMA IGREJA VERDADEIRAMENTE PRÓSPERA
Texto Áureo: Gl. 6.16 – Leitura Bíblica: Ef. 2. 11-13; Rm. 11.1-5

Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
O que significa ser igreja? Essa pergunta deveria ser feita por toda agremiação que se diz cristã. Nem todas as igrejas que se dizem cristãs podem ser consideradas como tais de acordo com o parâmetro bíblico. Há quem defenda a prosperidade financeira como o critério de uma igreja verdadeira e abençoada por Deus. Na aula de hoje estudaremos a esse respeito, ressaltando que, uma igreja próspera é aquela que se pauta em conformidade com a Bíblia, a Palavra de Deus.

1. A VERDADEIRA IGREJA
A igreja – ekklesia em grego – é uma assembleia edificada por Jesus (Mt. 16.18), é um corpo que tem Cristo como cabeça (I Co. 12.17; Cl. 1.18), chamada para estar fora dos valores do mundo (Rm. 12.2) e composta por pessoas de todas as etnias e línguas (Cl. 3.11; Ap. 7.9). Os que estão em Cristo é uma nova criação (II Co. 5.17), participante de uma natureza divina (II Pe. 1.4), revestida do amor, o elo perfeito (Cl. 3.12-14) com o propósito de manifestar as grandezas daquele que a chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz (I Pe. 2.9). A igreja de Cristo é peregrina no mundo (Ef. 2.14-18), é cidadã dos céus, espera ansiosamente a Jesus Cristo (Fp. 3.20), por isso, não ama o mundo, já que está alicerçada no amor do Pai (I Jo. 2.15-17). Uma das marcas da igreja verdadeira é a comunhão – koinonia em grego – expressão exemplificada pela igreja de Jerusalém (At. 2.42), fundamentada no relacionamento comum em Cristo (I Co. 1.9). Essa koinonia inclui partilha tanto material quanto sacrificial (II Co. 8.1-5), sobretudo, sensibilidade para as necessidades dos domésticos da fé (Gl. 6.10). A unidade também é uma das características centrais da verdadeira igreja. A tendência humana, em razão do pecado, é criar facções, mas o desejo de Cristo é o de que todos sejam um (Jo. 17.11), que todos estejam unidos em um só pensamento e parecer (I Co. 1.10), ainda que na diversidade de dons e ministérios (I Co. 12-14; Rm. 12; Ef. 4; I Pe. 4.10). A divisão na igreja é problemática porque significa dividir a Cristo (I Co. 1.13), é uma demonstração de que seus membros não compreenderam as implicações do ministério (I Co. 3.5-20). A igreja é uma família, sendo Cristo o Primogênito entre muitos irmãos (Rm. 8.29), uma noiva que busca a pureza para o Seu amado (I Co. 11.2; Ap. 19.7), feita santa e inculpável (EF. 5.26,27).

2. A MISSÃO DA IGREJA VERDADEIRA
Ao contrário do que argumentam os adeptos da Teologia da Prosperidade, a missão precípua da igreja verdadeira é o crescimento espiritual, atingindo a plenitude de Cristo (Ef. 4.13). Para tanto ela deva se pautar pelo evangelho, a Palavra de Deus, que é o leite espiritual puro que conduz ao crescimento (I Pe. 2.2), que ilumina o caminho e guarda contra a tentação (Sl. 119.105) e purifica do pecado (Ef. 5.26), portanto, deva ser encorajada à santidade, à abstenção da imoralidade (I Ts. 4.4-8). A verdadeira igreja está em movimento, ela segue fazendo discípulos de todas as nações (Mt. 28.19), sendo testemunha fiel de Cristo, no poder do Espírito Santo (At. 1.8). Como corpo de Cristo, a igreja encarna-O (Cl. 1.15-20; 2.9), atuando em amor, não se deixando moldar aos padrões do mundo (Rm. 12.1). Sendo assim, a agenda da igreja não pode ser a do mundo, tendo em vista que sobre este impera Satanás (Ef. 6.10-18). A agenda da igreja não pode se alicerçar apenas em aspectos morais, denunciando o pecado, precisa também fazer o bem (At. 10.38), lembrando que Deus é Pai das misericórdias e Deus de toda consolação (II Co. 1.3-5). Talvez a igreja não seja capaz de modificar as estruturas sociais, mas poderá alterá-lo, agindo como sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13-16). Essa deva obedecer às autoridades (Rm. 13.1-13) e interceder por elas para que viva uma vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito (I Tm. 2.1-4), mas, em alguns casos, se fará necessário que a igreja resista a sistemas injustos (At. 4.19), isso quando Cesar ultrapassar seus limites (Mt. 22.21). Como consequência sobrevirá sobre ela a perseguição, que a conduzirá à bem-aventurança (Mt. 6.10) e ao sofrimento por amor a Cristo (II Tm. 3.12; I Co. 12.26; Hb. 13.3).

3. PROSPERIDADE VERDADEIRA DA IGREJA
Uma igreja verdadeiramente próspera é semelhante à igreja de Filadelfia, para qual o Senhor Jesus lhe dirigiu uma carta (Ap. 3.7-13). Ela sabe que Cristo conhece as suas obras, pois não nega o Seu nome através das ações (Ap. 3.8). Mesmo se encontrando ao redor de uma sinagoga de Satanás, não se deixa contaminar pelos benefícios mundanos (Ap. 2.9; 3.9), antes permanecer fieis à palavra, perseverante na doutrina, por isso será guardada na hora da provação (Ap. 3.10). Satanás é o enganador, e tem ludibriado muitas igrejas com suas propostas mundanas, resistidas por Cristo no monte da tentação (Mt. 4.1-11). Quando o Senhor vier arrebatar a Sua igreja, muitas daquelas agremiações religiosas que se dizem cristãs, mas que não se alicerçam na Palavra, antes seguem os anseios do mundo, ficarão para trás (II Ts. 2.9-12) A igreja verdadeira, entretanto, será levada para estar com Cristo, retirada do mundo por Deus antes da Tribulação (Jo. 14.1-3; I Ts. 4.13-18; I Co. 15.50-57). As “igrejas” da Teologia da Ganância já receberam seus galardões, tendo em vista que investem apenas no reino temporal. Mas a igreja verdadeiramente próspera colherá seus frutos na eternidade (Ap. 3.12). As “igrejas” pseudopentecostais se assemelham à igreja de Laodiceia, que também recebeu uma carta de Cristo (Ap. 3.14-22). As obras dessa igreja são conhecidas, pois nem são frias nem quentes, sem caráter ou identidade cristã, por isso será vomitada da boca do Senhor (Ap. 3.15,16). Instalada em uma cidade financeiramente próspera, a igreja de Laodicéia dispunha de uma medicina considerada avançada para a época, e da manufatura de roupas de lã, mesmo assim, Jesus a ela se dirige como pobre, cega, miserável e nua. Aconselha que essa compre, dEle, ouro refinado no fogo, roupas brancas para cobrir as vergonhas, e colírio para ungir os olhos e poder enxergar (Ap. 3.15-17). 

CONCLUSÃO
Uma igreja verdadeiramente próspera não é aquela que tem uma arquitetura arrojada, instalações modernas, cadeiras confortáveis, sistema de condicionamento de ar. Uma igreja verdadeiramente próspera não é aquela que tem um patrimônio vultoso, que chama a atenção dos políticos pela sua imponência. Uma igreja verdadeiramente próspera é aquela que ama ao Senhor, que se pauta pela Sua Palavra, que O ama e que demonstra esse amor através da comunhão entre os irmãos. Uma igreja verdadeiramente próspera não prioriza as bênçãos terrenas, que o ladrão rouba e a traça corrói, mas as riquezas celestiais em Cristo Jesus, o qual se manifestará, ao Seu tempo, para dar o Seu galardão conforme lhe apraz.

BIBLIOGRAFIA
GETZ, G. A. Igreja: forma e essência. São Paulo: Vida Nova, 2007.
MULHOLLAND, D. M. Teologia da Igreja. São Paulo: Shedd Publicações, 2004.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012


Aula 09 - DÍZIMOS E OFERTAS

                 Texto Básico: 2Corintios 9:6-8

“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria”(2Co 9:7).

INTRODUÇÃO
Todos os recursos financeiros que as igrejas evangélicas, comprometidas como reino de Deus, retém são advindos dos seus membros e congregados. É bom ressaltar que a igreja evangélica não recebe subsídios estatais para se manter. Para que se mantenham, pagando contas lícitas, como energia elétrica e água, entre outros, como também realizar manutenção dos templos, prestar serviços sociais e desempenhar a pregação do evangelho, a igreja depende da contribuição financeira trazidas pelos fiéis, em obediência à Palavra de Deus.
Caro irmão, você contribui financeiramente para a obra do Senhor? Você faz isso impulsionado pelo amor ao reino de Deus, ou por constrangimento ou por obrigação ou por interesse em barganhar com Deus? De que adianta contribuir por constrangimento ou obrigação ou mesmo por interesse? Deus não precisa do nosso dinheiro. Ele é o dono da prata e do ouro - “Do Senhor é a Terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl 24:1; Dt 10:14; 1Co 10:26). Logo, somos cônscios de que tudo pertence a Deus e que somos apenas mordomos, devendo prestar contas ao verdadeiro dono do universo do que nos foi dado para administrar. Temos, portanto, de contribuir impulsionados pelo amor abnegado e desinteresseiro. Um detalhe importante: Deus não está preocupado com a quantia que entregamos à sua obra, mas com o nível de desprendimento, amor e fé. Que sejamos mordomos fieis do Senhor, sabendo que “o meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus”(Fp 4:19).

I. DÍZIMO

1. O QUE O DÍZIMO ÉDízimo é a décima parte, um décimo de algo. Assim, se dividirmos uma laranja em dez partes, uma parte será o dízimo da laranja.
a) O dízimo é um ato de gratidão a Deus, de agradecimento pela concessão dos meios pelos quais se podem amealhar os recursos financeiros necessários à nossa sobrevivência. Quando dizimamos, estamos agradecendo a Deus, porque lhe devolvemos a décima parte do que Ele nos deu, para que a sua obra, que, como uma atividade feita entre os homens, depende de recursos financeiros para a sua manutenção, possa ser realizada. Deus tem escolhido homens e mulheres para que se dediquem ao reino de Deus, para que se envolvam com as tarefas destinadas à salvação e aperfeiçoamento espiritual das vidas e,  por causa deste envolvimento, tais pessoas não têm condições de obter, para si, um sustento, de efetuar um trabalho material que lhes possa proporcionar o pão de cada dia. Quando dizimamos, estamos permitindo que estas pessoas possam continuar atendendo ao chamado do Senhor e supram as suas necessidades.
b) O dízimo é um ato de fidelidade e de compromisso com Deus. À medida que separamos parte do nosso patrimônio para o sustento da obra do Senhor, com certeza estamos demonstrando que não somos indiferentes à obra de Deus, damos uma prova concreta de que estamos comprometidos e envolvidos com os planos e propósitos de Deus para a humanidade. A fé sem obras é morta (Tg 2:17) e, quando dizimamos, estamos praticando uma atitude que mostra que temos uma verdadeira fé, revelamos que amamos a Deus.
2. O QUE O DÍZIMO NÃO É
a) O dízimo não é um investimento, como muitos têm pregado por aí. Não devemos dizimar visando obter maiores lucros, como se o dízimo fosse uma aplicação financeira ou um investimento de grande retorno. Os teólogos da prosperidade têm, muitas vezes, dito que o dízimo ou “o sacrifício" (como muitos têm denominado a contribuição bem superior à décima parte, envolvendo, não poucas vezes, todo o patrimônio de alguém, "o seu tudo”, como dizem) é o caminho mais rápido e eficaz para a riqueza e para a ampla prosperidade material. Mas, dízimo não é investimento, nem um modo santo de se canalizar a ganância, algo que é próprio dos mais miseráveis de todos os homens (1Co 15:19).
b) Dízimo não é uma fonte de obrigações para Deus. Muitos acham que, dizimando, criam para Deus obrigações. Assim, entregam seus dízimos porque, assim, Deus estaria obrigado a lhes dar bênçãos de prosperidade material, de saúde ou, até mesmo, de salvação. Pensam que o dízimo vincula Deus a seus caprichos, desejos e aspirações. Deus é soberano e não deve satisfação à sua criação, de modo que é totalmente enganoso esse ensino. Deus não tem que dar satisfação a ninguém, a não ser a Ele mesmo.
c) Dízimo não é meio de salvação. Todo salvo é dizimista, mas nem todo dizimista é salvo. Querer dizer que, com a entrega do dízimo, estaremos dando passos importantes para a nossa salvação é o mesmo que dizer que, pelas obras, nós seremos salvos. É ressuscitar o odioso conceito da doutrina das indulgências que fez com que Deus levantasse homens como Martinho Lutero para recuperar a santidade e a biblicidade na Sua Igreja.
d) Dízimo não é um meio de enriquecimento de inescrupulosos e mercenários da fé.Muitos têm se aproveitado da doutrina do dízimo para amealharem riquezas e fazerem do evangelho um negócio rentável e cada vez mais crescente. Esta possibilidade não passou despercebida do Senhor que, em Sua Palavra, já nos primórdios da fé cristã, já advertia os crentes que muitos seriam feitos negócio com palavras fingidas de pessoas inescrupulosas (2Pe 2:3). Certamente, para esses falsos pastores que escandalizam o reino de Deus, Jesus diz: “... ai daqueles por quem vierem os escândalos! Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse lançado ao mar”  (Lc 17:1,2).
e) Dízimo não é um meio de logro dentro da igreja. Muitas pessoas acham que, por entregarem fartos dízimos têm o direito de opinar ou de estabelecer as diretrizes para o ministério da igreja local. Na verdade, há, mesmo, ministros do Evangelho que dão satisfações ou procuram agradar um determinado grupo na igreja local por causa do papel que eles representam no sustento seu e da obra do Senhor. Todas estas atitudes são amplamente reprovadas pelas Escrituras, que não admitem a acepção de pessoas e tratam aos que assim procedem como pecadores (Tg 2:1-9). Os dons divinos não se adquirem nem se exercem por dinheiro (At 8:18-23).
3. O DÍZIMO NA BÍBLIA
1. Na época dos patriarcas. Não temos relato de alguma regra sobre dízimos antes da lei de Moisés. Sabemos que Abrão pagou a Melquisedeque o dízimo (10%) dos despojos de uma vitória militar (Gn 14:18-24). Neste caso, Deus não nos revelou o motivo e não falou se era ou não o costume de Abrão dar o dízimo de tudo que recebia. Se houve alguma lei atrás disso, exigindo que Abrão desse o dízimo, as Escrituras não a relatam.
É bom ressaltar que Abraão não usou o Dízimo como um instrumento de troca, não deu para receber, não deu para ser abençoado, ele usou o dízimo como instrumento de gratidão, ele era abençoado - “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era Sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o e disse: Bendito seja Abraão do Deus Altíssimo, o possuidor dos céus e da terra! E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E deu-lhe o dízimo de tudo(Gn 14: 18-20). As pessoas que alegam algum tipo de lei geral do dízimo com base neste texto bíblico estão ultrapassando a Palavra do Senhor.
Jacó foi outro patriarca que pagou o dízimo antes da lei mosaica - E Jacó votou um voto, dizendo: se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestido para vestir, e eu tornar em paz à casa de meu pai, o Senhor será o meu Deus... E de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo(Gn 28:20-22). Aqui, o texto trata de um voto, ou uma obrigação que a própria pessoa assumiu, e nada diz de lei ou dever imposto por DeusAo contrário do que muitos pensam, ele não disse “se eu ficar rico”, ou “se eu ganhar muito dinheiro”. Não foi esta a sua oração. Ele pediu a Deus o básico, as condições necessárias para a sua sobrevivência: alimento e roupa. Ele prometeu dar o dízimo “de tudo quanto me deres”, ou seja, pouco ou muito. O Dízimo nunca teve o objetivo de ser um instrumento para gerar riquezas. Ele deve ser exercitado como uma prova de obediência e de fé. 
2. Na Lei de Moisés. É incontestável que o Dízimo é um mandamento ordenado pela Lei aos filhos de Israel, para que cumprissem o pagamento de 10% sobre toda produção da terra e toda criação de animais (ver Lv 27:30-34).
Os dízimos são mencionados em mais de 20 versículos, de Levítico a Malaquias. Todas essas citações se referem ao povo de Israel. O trecho de Malaquias 3:6-12, frequentemente citado em algumas igrejas, hoje em dia, para obrigar as pessoas a dar o dízimo, refere-se a um povo material (os israelitas), que habitava numa terra material (Israel) onde produzia frutos do campo e tinha obrigação de dar os dízimos. Assim fazendo, este povo seria abençoado materialmente por Deus. Quando o povo não deu a devida importância aos dízimos, foi repreendido pelo Senhor por meio do profeta Malaquias. Desta feita, quem utiliza as palavras de Malaquias para fazer regras sobre dízimos, hoje, está distorcendo as Escrituras. A igreja de Jesus é um povo espiritual que habita no Espírito e recebe bênçãos espirituais.
2.1. VEJA OS MOTIVOS DA EXIGÊNCIA DO DÍZIMO AOS FILHOS DE ISRAEL:
a) Para o sustento da tribo de Levi que não recebeu herança. Depois de os filhos de Israel saírem da terra do Egito, após peregrinarem 40 anos pelo deserto chegaram à terra de Canaã, prometida por Deus, por intermédio de Moisés, às 12 tribos de Israel. A cada tribo, o Senhor concedeu as respectivas possessões de terras. Somente à tribo de Levi, não foi permitido por Deus que se distribuísse qualquer posse - " Pelo que Levi não tem parte nem herança com seus irmãos; o Senhor é a sua herança, como o Senhor teu Deus lhe disse"(Dt 10:9). "Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação" (Nm 18:21). "Porque os dízimos dos filhos de Israel, que apresentam ao Senhor em oferta, dei-os por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão" (Nm 18:24).
b) Auxiliar os necessitados (ver Dt 14.28,29). No terceiro ano, devia usar os dízimos na sua cidade, para alimentar o levita, o estrangeiro, o órfão e a viúva. Vemos aqui como o Senhor prioriza os pobres e necessitados. “Quem se compadece do pobre ao Senhor empresta, e este lhe paga o seu beneficio”(Pv 19:17).
3. O Dízimo como mandamento (ler Lv 27:30-33) - “Estes são os Mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai”(Lv 27: 34). O Dízimoestá incluso nos mandamentos ordenados pelo Senhor. Tendo sido incluso na Lei, o Dízimo se tornou uma obrigação legal. O não cumprimento de uma obrigação legal é crime em qualquer país do mundo. Por esta razão, para Israel, reter o dízimo seria tomar para si aquilo que não era seu - o dízimo, legalmente, era propriedade do Senhor, de acordo com a Lei de Israel. Por esta razão, Israel quando deixou de entregar os Dízimos, no tempo de Malaquias, foi acusado de estar roubando o Senhor -“Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas”(Ml 3: 8). Não cumprir a Lei perante os homens é crime, perante Deus é pecado. Assim, de acordo com a Lei de Israel, não se pode negar que os que deixavam de dar os Dízimos estavam roubando o Senhor.
4. Na dispensação da graça, o crente pode ser considerado ladrão se não cumprir o dispositivo da lei civil judaica? Pessoalmente, e este é um pensamento nosso, não concordamos que o crente, nesta dispensação da graça, possa ser acusado de ladrão por não dar o Dízimo. Os dízimos foram incluídos na legislação civil e religiosa de Israel. Não estamos debaixo dessa legislaçãoEm nossas leis o dízimo não é obrigatório, é voluntário (2Co 9:7). Portanto, retê-lo não é crime. Todavia, se a Igreja entender que o não dizimista é um ladrão, biblicamente então ele deve ser excluído da Igreja. A Igreja não pode ter um ladrão confesso no rol de seus membros. De acordo com a Bíblia, o ladrão está equiparado aos adúlteros, aos sodomitas, aos efeminados (ler1Co 6: 10). Todavia, acusar um crente de ladrãopelo fato de não ser dizimista pode acarretar para o acusador problemas de ordem penal, visto que nossa legislação não contempla essa figura jurídica para caracterizar um ladrão.Pessoalmente, e este é um pensamento nosso, dar o Dízimo é uma questão de fé.
O Novo Testamento, a aliança que governa o povo de Deus nos dias atuais, não exige que todos doem 100% de suas posses, e nem estipula 10% (o dízimo) como oferta obrigatória. Devemos contribuir ao trabalho do reino de Deus conforme a nossa prosperidade (1Co 16:2), com alegria e sinceridade (2Co 8:8; 9:7), segundo proposto no coração (2Co 9:7), com generosidade (2Co 9:11) e com um espírito de sacrifício (2Co 8:5; Fp 4:18). Seguindo esses princípios, muitos discípulos de Cristo darão até mais de 10% de sua renda, mas farão isso com alegria e por livre vontade, não pela imposição de exigências humanas. Cristãos verdadeiros que fazem parte de igrejas dedicadas ao Senhor terão prazer em participar do trabalho de Deus.
 
 

II. OFERTAS

A oferta é uma demonstração material de reconhecimento da soberania divina. Pelo que podemos deduzir das Escrituras Sagradas, desde os primórdios da civilização, ainda na primeira geração de homens após a queda do Éden, havia o costume de se cultuar a Deus com a apresentação de produtos do trabalho humano, como demonstração de gratidão e de reconhecimento da soberania de Deus sobre todas as coisas. Assim, vemos Caim e Abel, os dois filhos mais velhos do primeiro casal, apresentando ofertas ao Senhor, num gesto que se infere fosse costumeiro e resultado do ensino dos pais a estes filhos. Entendemos, desta forma, que o primeiro casal tinha plena consciência de que Deus era o dono de todas as coisas e que o resultado do trabalho humano, que Deus dissera que seria penoso, era fruto da misericórdia divina que, apesar do pecado, não tinha deixado de amparar o homem.
De pronto, pois, observamos que a oferta era apenas uma demonstração material de reconhecimento da soberania divina. Deus Se agrada do gesto de gratidão e reconhecimento, do que está no coração do homem, não do que está sendo apresentado em termos materiais. Tanto assim é que, ao indagar Caim sobre sua oferta, Deus diz que ele deveria ter feito bem, ou seja, não como um mero formalismo, não como um mero ritual, mas como algo espontâneo e que proviesse do fundo da alma, pois, somente neste caso é que haverá aceitação por parte do Senhor (Gn 4:7). No Novo Testamento, este Deus que não muda nem nEle há sombra de variação (Tg 1:17), torna a nos ensinar que Ele ama àquele que dá com alegria (2Co 9:7).
A Nova Aliança coloca a oferta no contexto de um reino espiritual com uma grande e urgente missãoAs contribuições feitas na igreja não são impostos pagos num sistema teocrático. No ensinamento dado aos discípulos de Cristo, não encontramos tributação obrigatória. Em contraste com as leis específicas do Velho Testamento, o Novo nos ensina sobre a importância das nossas ofertas para cumprir a missão que Deus deu à igreja. Cada pessoa verdadeiramente convertida a Cristo dará conforme as suas condições por querer participar do trabalho importantíssimo da igreja.
1. O QUE DEUS PEDE AOS CRISTÃOS.
a) Ofertas conforme a nossa prosperidade (1Co 16:1,2). Embora este trecho trate de uma necessidade específica (os santos necessitados em Jerusalém), ele ensina um princípio importante que ajuda em outras circunstâncias. As necessidades podem ser diferentes, mas a regra de ofertas continua a mesma. Devemos dar conforme nossa prosperidade. Quem não possui nada e não ganha nada não terá condições de ofertar (veja 2Co 8:12). Mas, qualquer servo do Senhor que goza de alguma prosperidade deve ofertar.
b) Ofertas feitas com amor e sinceridade (2Co 8:8-15). Paulo comenta sobre as contribuições dos coríntios: Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor; pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos (vv 8 e 9). Paulo está dizendo que o motivo maior é o amor, sem negar a responsabilidade já dada por mandamento. O cristão que recusa dar, dizendo que não é mandamento, não mostra o amor que Deus pede.
A pessoa que tem prosperidade deve ofertar por obrigação? Não. O amor sincero é motivo muito maior. O amor é citado inúmeras vezes nas Escrituras como motivo para nosso serviço cristão. Isso inclui as ofertas.
c) Ofertas segundo o que tiver proposto no coração (2Co 9:7). O amor, a generosidade e a prontidão para a obra do Senhor são características do servo de Deus. Antes de ofertar o nosso dinheiro, devemos nos entregar ao Senhor (2Co 8:5).
d) Ofertas feitas como sacrifícios agradáveis a Deus (Fp 4:17-18). As ofertas do cristão não são apenas o que sobra depois de satisfazer os nossos próprios desejos. Pessoas que sempre querem receber, ao invés de procurar dar liberalmente, não servem a Cristo (veja a repreensão forte de Tiago 4:1-4). Paulo disse que as ofertas são sacrifícios. Dinheiro que poderíamos empregar em outras coisas, até coisas egoístas, será doado para fazer a obra do Senhor.
2. PERGUNTAS PRÁTICAS.
a) Quanto se deve ofertarNão somos mandados por Deus para darmos uma porcentagem especial. Jesus, através de Paulo, ensina que as igrejas devem fazer coletas nas quais os cristãos darão de acordo com sua prosperidade (1Co 16:1,2). Temos que dar com amor, generosidade e alegria, conforme tencionamos em nossos corações (2Co 8:1-12; 9:1-9). Portanto, podemos dar 10%, ou mais do que 10% ou menos do que 10%. Temos que usar nossos recursos financeiros, e todos os outros recursos, no serviço de Deus.
b) Como devem ser aplicadas as ofertas? Dinheiro dado para o trabalho da igreja deve ser aplicado exclusivamente nas coisas que Deus autorizou que a igreja fizesse. Os homens que desviam o dinheiro da oferta para criar ou manter instituições humanas ou outras obras não ordenadas pelo Senhor estão ultrapassando a doutrina dele (veja 1Co 4:6; 2João 9).
3. Alguns erros referentes à Contribuição Financeira e que devem ser evitadosSão muitos os erros referentes à contribuição financeira que é entregue na Igreja Local, cometidos por pessoas até bem intencionadas, porém, sem conhecimento da Palavra de Deus. Vejamos dois.
a) É um erro pensar que o dinheiro vai ser mal aplicadoO diabo tem posto no coração de alguns que não devem contribuir porque o dinheiro vai ser mal administrado e mal aplicado pelos pastores. Por analogia, no que diz respeito aos nossos impostos, se pensarmos assim, todos deixariam de pagar. Estamos cansados de saber que o dinheiro público é roubado e mal aplicado. No entanto, temos que continuar pagando. Na Igreja Primitiva os fiéis traziam suas contribuições e“... depositavam nos pés dos Apóstolos”(Atos 4: 34). Feito isto tanto os israelitas como os crentes da Igreja Primitiva cumpriam suas obrigações. Fiscalizar a aplicação do dinheiro entregue não era função deles. Era responsabilidade dos que recebiam as contribuiçõesAssim, se o dinheiro das contribuições, for mal aplicado, o problema não será de quem deu, mas, será de quem aplicou mal. É preciso crer na Palavra de Deus, e ela diz: “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”(Rm 14: 12). Lembremos do caso de Judas, ele era o tesoureiro. Roubou! Aplicou o dinheiro em beneficio próprio - morreu pendurado numa corda e foi para o inferno! É preciso crer na Justiça de Deus!
b) É um erro pensar que não vai contribuir por não simpatizar com o pastorEm todas as cidades há um lugar público para a adoração, conhecido como a casa do Senhor, que, num sentido popular, chamamos de nossa Igreja, também conhecida como Igreja Local. O Senhor Jesus comparou cada membro desta Igreja a uma ovelha, e a comunidade a um rebanho. A ovelha é um animal cem por cento útil. Uma fazenda de criação de ovelhas é mantida com a lã, com o leite, com a carne e com a reprodução das ovelhas. Não é a ovelha que escolhe onde ela vai entregar sua produção, seja a fazenda grande ou pequena. Sua produção é recolhida pelos seus pastores, na fazenda onde ela vive. O mesmo acontece com nossos Impostos. Se moramos numa cidade grande e muito rica, não podemos pagar nossos impostos numa cidade pequena e pobre. Cada um paga onde reside, não importando se a cidade é rica ou pobre, gostando ou não do seu governante. Imagine se cada cidadão pudesse escolher onde pagar; não haveria estabilidade administrativa. Seria o caos. Nenhum município poderia prever sua receita. Não haveria orçamento. Portanto, pagar os tributos não é uma questão de escolha, de poder ou não confiar no governante, de gostar ou não dele. Pagar tributos é uma exigência legal.
Com a Igreja Local, a “nossa” Igreja, acontece a mesma coisa. Não importa se ela é grande e rica, ou se é pequena e pobre. É ali o seu lugar de adoração, é ali a Casa do Senhor, é ali onde você é abençoado, e é ali que você tem seus compromissos financeirosA igreja precisa de nossa contribuição financeira para honrar os seus compromissos, que não são poucos. Pense nisso!

CONCLUSÃO

Mostremos ao Pai toda a nossa gratidão; contribuamos não para sermos abençoados, mas porque já fomos abençoados. A contribuição financeira faz parte tanto do nosso culto público como individual. A mordomia cristã estabelece como verdade que somos criaturas, Deus é o Criador; somos súditos, Deus é o Rei; somos servos ou mordomos, Deus é o Senhor - “A ele seja a glória e o poderio para todo o sempre. Amém (1Pedro 5: 11).

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 49.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Ev. Caramuru Afonso Francisco – Dízimos e Ofertas, uma disciplina abençoadora.
Disponível no blog:  http://luloure.blogspot.com/

Lição 9 - Dízimos e ofertas

Lições Bíblicas CPAD Jovens e Adultos - 1º Trimestre de 2012. Título: A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves. Elaboração de pesquisa e subsídio:Francisco A. Barbosa.
Lição 9 - Dízimos e ofertas
26 de Fevereiro de 2012

TEXTO ÁUREO

Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade*; porque Deus ama** ao que dá com alegria***” (2 Co 9.7). (*) ananké; constrangimento, aflição, necessidade. Refere-se a algo que surge da influencia de outras pessoas, constrangimento, coação. (**) agapaõtalvez de agan, muito; amar num sentido social ou moral. É considerar com forte afeição, com favor, boa vontade, benevolencia. (***) hilariosdisposto, de boa natureza, alegremente pronto. A palavra descreve um espírito de alegria no ato de dar que afasta todo comedimento.
- Nossas ofertas podem e devem ser feitas com alegria.

VERDADE PRÁTICA

A chave da verdadeira prosperidade está em ser fiel a Deus em tudo, inclusive, na prática dos dízimos e das ofertas.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Malaquias 3.10,11; 2 Coríntios 9.6-8.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Analisar a questão do dízimo e das ofertas dentro de uma perspectiva bíblica;
· Conscientizar-se de que a prática do dízimo e das ofertas é uma forma de adoração ao Senhor; e
· Explicar os dízimos e as ofertas como fontes de bênçãos.
Palavra-Chave
Dízimo: Décima parte de tudo aquilo que é devolvido ao Senhor, quer em dinheiro, quer em produtos e bens.

COMENTÁRIO

(I. Introdução)
A Teologia da Prosperidade tem distorcido as práticas bíblicas de o crente ofertar e dizimar para a Obra do Senhor. Nesta aula, porém, temos a oportunidade de verificar à luz das Escrituras Sagradas que a entrega dos dízimos e das ofertas é uma atitude de amor e gratidão a Deus. Não devemos fazer com tristeza ou por constrangimento, mas com alegria, pois tudo que possuímos não é nosso; foi o Pai Celeste que as confiou aos nossos cuidados. Tudo que temos pertence ao Senhor. Tudo vem dEle - nosso trabalho, saúde, família. Temos de contribuir impulsionados pelo amor abnegado e desinteresseiro. Deus não está preocupado com a quantia que entregamos, mas com o nível de desprendimento, sacrifício e fé. Que sejamos mordomos fiéis do Senhor, sabendo que Ele é fiel para suprir todas as nossas necessidades. Boa aula!
(II. Desenvolvimento)
I. DÍZIMOS E OFERTAS NA BÍBLIA
1. O Antigo Testamento. O termo hebraico aqui é ma’a sar (Strong 4643), significando ‘um décimo”; “um dízimo”; “décima parte” dízimo”. No contexto bíblico, o vocábulo hebraico re’sith, refere-se àquilo que é “o primeiro”, indica o mais elevado de alguma coisao melhoro mais excelente, tal como as melhores partes das ofertas (1Sm 2.29). Por definição, Dízimo é a Décima parte; Ordenado pelo Senhor (Lv 27.30-32; Ml 3.10), com o propósito de sustentar os levitas (Nm 18.21) e sacerdotes (Nm 18.28), para ajudar nas refeições sagradas (Dt 14.22-27), e para socorrer os pobres, os órfãos e as viúvas (Dt 14.28,29). Encerra a lição de que Deus é o dono de tudo (Êx 19.5; Sl 24.1; Ag 2.8). Quando Israel deixou de entregar o Dízimo, isso foi uma demonstração de sua desobediência (Ml 3.8-10); de igual modo, ao retornarem com a praticar de apresentar os Dízimos, isso foi um sinal de reforma, como aconteceu nos dias de Ezequias (2Cr 31.55,6,12) e Neemias (Ne 10.37; 12.44). Além do dízimo, Deus fez registrar a propriedade das ofertas alçadas, ou seja, de contribuições esporádicas que fluíam dos corações de servos movidos pelo desejo de ir além, de sua contribuição dizimal, quer por mera gratidão, quer por uma causa específica, colocada por Deus perante eles, quer por uma necessidade extrema de auxílio, de caráter social (Êx 25-36). Esta perícope apresenta a construção do tabernáculo. A questão é: “Porque Deus não utilizou os dízimos de seu povo para esta necessidade”? A razão é que os dízimos deveriam ser aplicados ao sustento dos levitas, dos líderes religiosos, e serviriam à manutenção dos atos de adoração, não poderiam fazer face à necessidade específica, esporádica e extra-normal que agora era colocada por Deus perante seu povo. Deus os chamou, conseqüentemente, a contribuir com ofertas alçadas, extras (Êx 25.2). O vocábulo no original hebraico é t’rûmáh (Strong 8641), um presente oferecido em sacrifício ou como tributo; a idéia básica é de algo sendo levantado (alçado) e apresentado ao Senhor como uma dádiva especial, de forma voluntária. O fato que deve ficar patente é que as práticas do dízimo ou das ofertas não são instituídas a partir da lei mosaica, Moisés apenas sistematizou tais práticas (Gn 4.4; 14.20; 28.22; Nm 18.20-32). “[...] O dízimo pode ter começado no Antigo Testamento, mas seu espírito, verdade e prática, continuam válidos” (HAYFORD J. A Chave de Tudo. 1.ed., RJ: CPAD, 1994, pp.93-4).
2. O Novo Testamento. O dízimo é uma determinação procedente de Deus, que precedeu a lei cerimonial e judicial da nação de Israel (incorporando-se posteriormente a essas), sendo portanto válido para todas as épocas e situações. Como forma de subsidiar o comentário da lição, gostaria apenas de reforçar dois princípios neotestamentários sobre o dízimo que devem regular a nossa contribuição sistemática: (1) o Novo Testamento ensina que nossa contribuição deve ser planejada: “Cada um contribuasegundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7). Nossa contribuição deve ser alvo de prévia meditação e entendimento nos indica, com muito mais força, que ele deve ser uma contribuição planejada, não aleatória, não dependente da emoção do momento. A melhor forma de planejar essa contribuição é a estabelecida nas Escrituras - dízimo, o reconhecimento de que tudo o que temos provêm e pertence a Deus. (2) Deus espera que a nossa contribuição seja proporcional aos nossos ganhos (1Co 16.2-3). Paulo está sistematizando a contribuição, orientando àquela igreja para que ela realizasse a coleta aos domingos (no primeiro dia da semana), que é quando os crentes primitivos se reuniam. Paulo enfatiza que temos que contribuir conforme Deus tem permitido que prosperemos. Temos ouvido muitas cousas impróprias acerca do Dízimo, muita argumentação falha que procura utilizar prescrições da lei cerimonial (cumprida em Cristo) ou da lei judicial de Israel (de caráter temporal, para aquela nação). Entretanto, temos, igualmente, muitos princípios válidos e exemplos sobre o dízimo, tanto no Velho como no Novo Testamento. Não é caso acusarmos o ‘não dizimista’ de ‘ladrão’ com base em Ml 3.8, haja vista esse texto fazer referência ao Templo-Estado. O Pr Caio Fabio escreve em seu livro "Sem Barganhas com Deus": "O texto de Malaquias 3, sobre os dízimos, é o favorito da “igreja” nas questões de contribuições financeiras. O que não percebemos é que o N.T. não se utiliza dele como Lei da Graça quando se trata de dinheiro. O texto de Malaquias fala do Templo-Estado. A Igreja não é assim. Mas ao escolhermos, seletivamente, Malaquias como o Santo das Contribuições, sem o sabermos, estamos dizendo quatro coisas: 1) Nosso desejo de que a Igreja esteja para a sociedade assim como o Templo-Estado estava para a população de Israel; 2) Nossa seletividade arbitrária quanto a determinar o que, da Lei, nos é conveniente; 3) Nossa incapacidade de ver que Malaquias 3 tem sua atualização na Graça em II Co 8 e 9; 4) Nossa ênfase na idéia de que aquele que não contribui é ladrão, põe aqueles que “cobram” no papel de sacerdotes-fiscais dos negócios de Deus na Terra. Em Atos 5: 1-11, diz-se que dá quem deseja. Dar sem desejar ou dar mentindo gera morte, não vida. Ananias e Safira foram disciplinados pela Liberdade que nasce da verdade e não a fim de gerar medo legalista na Igreja. Eles morreram por terem traído a Graça de dar ou não dar, ser ou não. Eram livres para não dar, não para mentir ao Espírito Santo! Dar não os tornaria maiores. Não dar não os tornaria menores. Mentir a Deus os destruiria! [...] E mais,dízimos financeiros são despudoradamente “cobrados” como parte da continuidade da Graça sobre o homem-devedor, sendo que o mediador humano da benção é sempre o representante de Deus, daí sentirem-se donos do dinheiro — afinal, Deus só recebe sacrifícios que se convertam no milagre de fazer muito dinheiro encher os seus bolsos, seja pessoalmente, seja institucionalmente, seja empresarialmente!" (Caio Fabio, Sem Barganhas com Deus, p. 40,41). Nas epístolas, Paulo faz referência ao dízimo levítico para extrair dele o princípio de que o obreiro é digno do seu salário (1 Co 9.9-14; Lv 6.16,26; Dt 18.1). Se o apóstolo não reconhecesse a legitimidade da prática do dízimo, jamais teria usado esses textos do Antigo Testamento. Há uma concordância geral entre os eruditos de que o Novo Testamento nos ensina a dar substancialmente ao Senhor. Há também concordância de que ele é um Deus que se deleita em responder com graciosa provisão, especialmente para suprir necessidades especiais (Mt 6.25-34).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A prática do dízimo não está restrita ao Antigo Testamento. Ela também é incentivada pelos apóstolos em o Novo Testamento.
II. A PRÁTICA DO DÍZIMO E DAS OFERTAS COMO FORMA DE ADORAÇÃO
1. Reconhecimento da soberania e da bondade de Deus. Um dos princípios básicos da prática do dízimo é o reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas. Tudo vem dEle e é para Ele (Ag 2.8; Cl 1.17). As promessas de Deus, tema das lições bíblicas do quarto trimestre de 2007, comentada pelo Pr Geremias do Couto, apresenta o estudo das promessas de Deus, ensejando a grande necessidade de melhor conhecermos a forma como são apresentadas na Bíblia e de que maneira interagem conosco, na condição de crentes fiéis a Deus. Deus prometeu segurança ao povo de Israel (Dt 28.7), mas isto não descartava a possibilidade de a nação eleita passar por situações conflituosas. Não é o que estamos acostumados a ouvir em nossos púlpitos, o que se vê são as famosas frases de efeito do tipo: “Deus tem promessas para você”, “determine e receba o que Deus prometeu para a sua vida” ou “a promessa é sua, receba em nome de Jesus!”, sem que as pessoas muitas vezes conheçam realmente, à luz da Bíblia, o que as promessas realmente representam. Na idéia da ‘Formula da Fé’, estas frases são como “amuletos” que os crentes lançam mão, à hora que bem entenderem, a fim de suprir suas necessidades imediatas. Deus não está sujeito a nenhum outro domínio, sendo este um de seus atributos exclusivos. Assim, ele age soberanamente à luz do plano que traçou para o homem. Quanto aos propósitos, nada do que Deus faz tem a finalidade de produzir sensacionalismo ou fazer por fazer, mas cumpre objetivos coerentes com os seus desígnios soberanos. Em outras palavras, as promessas de Deus, quando aplicadas à nossa vida, só fazem sentido se tiverem em conta a soberania de Deus e o seu propósito em cada ato. Aliás, muitas são as adversidades daqueles que desejam viver piamente em Cristo (2Tm 3.12). Mas há promessas de proteção e segurança para o crente. É só confiar! Nós somos a propriedade particular de Deus (1Pe 2.9). Quando o crente devolve a Deus o seu dízimo, demonstra que reconhece o Senhor como a fonte de todas as coisas. À saudação de Melquisedeque: “Bendito seja o Deus Altíssimo!”, respondeu Abraão dando-lhe o dízimo (Gn 14.20). O princípio da devolução do dízimo demonstra que somos dependentes de Deus. É lamentável que alguns crentes ignorem esse fato e ajam como se as suas conquistas materiais fossem apenas mérito de seus esforços (Jz 7.2). Deus nos concede todas as bênçãos espirituais de que necessitamos (Ef 1.3; Fp 4.19; Tg 1.17) bem como as bênçãos materiais. Deus abençoa a todos sem distinção de raça, cor, credo, condição financeira, condição física ou educação. (Lc 9.23). “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.” (Am 5.12-14).
2. Reconhecimento do valor do próximo. Os Dízimos do terceiro ano são mencionados em Dt 14.28,29 e outra vez no capítulo 26.12-15; os detalhes precisos não são claros. Visto serem um presente especial para os Levitas e os pobres e visto que as cidades levíticas estavam espalhadas por todo o território de Israel (Js 21), não seria prático conduzir todos os dízimos, de uma vez só, ao lugar central de adoração. Deste modo, estas oferendas dos dízimos deviam ser oferecidas para serem armazenadas nas cidades de Israel e usadas para a provisão dos necessitados. ). [1]. 
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[1] Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; Nota Textual de Dt 14.28; p. 218.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Um dos princípios básicos da prática do dízimo, tanto no Antigo Testamento como em o Novo, é o reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas.
III. DÍZIMOS E OFERTAS COMO FONTES DE BÊNÇÃOS
1. A bênção da multiplicação. Tanto o Antigo como o Novo Testamento demonstram que Deus pode atender às nossas necessidades, quer sejam financeiras, quer sejam espirituais, ou outras quaisquer, bem como aumentar nossas posses para atender às diversas necessidades dos outros. No dizer de Paulo em 2Co 9.8-10, dê o que você tiver em mãos para dar. Ele enfatiza que: (a) é Deus que faz com que toda graça abunde em nossa direção e nos fornece capacidade em todas as coisas. Todas as coisas benéficas para a nossa vida, vêm das mãos de Deus; (b) Nós recebemos capacidade – até mesmo generosidade para podermos fazer boas obras. Somos abençoados a fim de sermos uma bênção para os outros (Gn 12.2). O termo ‘capacidade’ significa ‘auto-satisfação’, ‘contentamento’ ou ‘competência’.; (c) O Deus que nos deu semente em primeiro lugar, é aquele que atende às nossas necessidades básicas, multiplica nossas sementes semeadas em abundância, de modo que possamos compartilhá-la com os outros. Quando o crente é liberal em contribuir para o Reino de Deus, uma decorrência natural do seu gesto é a bênção da multiplicação dada pelo Senhor (2 Co 9.6-10). [2] 
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[2] Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001
Dinâmica do Reino – Fé como Semente; 2Co 9.8-10; p. 1207.
2. A bênção da restituição. A Bíblia revela que o Senhor é um Deus de restituição (Jl 2.25). O profeta Joel profetiza uma era na qual tanto as necessidades físicas como espirituais, serão satisfeitas. Israel sofria constantemente com a invasão do exército ‘d’Aquele que é do Norte, uma alusão às locustas. Uma maneira de deter esses exames é através de um vento que as leva para dentro de grandes porções de água ( o mar oriental, Mar Morto, e o mar ocidental, o Mediterrâneo). O seu mau cheiro, a podridão das locustas mortas jogadas na praias pelas ondas, enchem o ar com um terrível mau cheiro[3]É importante salientar que não há um consenso na Igreja contemporânea quanto à aplicabilidade dos princípios do Novo Testamento quanto ao dízimo, de fazer prova de Deus na área das finanças quanto à repreensão de Deus às cousas que devoram as finanças ou à provisão financeira de Deus àqueles que dão fielmente._____________________________________
[3] Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001
Nota Textual de Joel 2.20; pp. 866 e 867.
3. A bênção da provisão. Na Antiga Aliança, o Senhor prometeu “derramar bênçãos sem medida” sobre o seu povo (Ml 3.10). Na Nova Aliança, Ele deseja que o crente tenha “toda suficiência” (2 Co 9.8). A prosperidade bíblica é viver na suficiência de Cristo (2 Co 3.5; 9.8). Na Graça, aprendemos que a oferta voluntária é um ato desejável por Deus, comparada a um aroma suave, a um perfume não agressivo, mas suave. Nesse sentido, é um privilégio poder contribuir, poder fazer algo que é desejável por Deus. Quando o assunto é provisão, Deus deixa claro que não retém sua mão. Em Fp 4.19 Paulo enfatiza o fato de que Suas “riquezas” englobam toda a criação, ou seja, não há nada de que precisamos que Deus não possa suprir. Uma das regras básicas da interpretação da Bíblia é a análise do texto de acordo com o seu contexto. Por conseguinte, quando alguém, para fantasiar uma existência saudável, rica e isenta de problemas, fundamenta-se, por exemplo, em Filipenses 4.13, está perversamente torcendo a Palavra de Deus. Além do mais, o próprio Cristo advertiu-nos: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Antes de mais nada, Paulo declara sua total dependência de Cristo em todas as circunstâncias: “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12). Nesse versículo, o apóstolo deixa bem claro que, embora já houvesse experimentado escassez e abundância, jamais deixou de confiar em Deus. Sejam quais fossem as circunstâncias, o Senhor Jesus era a sua contínua suficiência. É por isso que, nEle, o apóstolo podia todas as coisas. Se alguém, portanto, quiser justificar a Teologia da Prosperidade com base na vida de Paulo, perde o seu tempo. Ele não ficou rico no seu exercício ministerial. Pelo contrário. Ele iniciou o seu ministério fazendo tendas (At 18.3) e terminou a sua carreira em uma prisão em Roma (Fp 1.3; At 28.30). No final de seus dias, precisou que Timóteo lhe enviasse uma capa, para se aquecer no cárcere (2 Tm 4.13). O que disso concluímos? O contentamento do apóstolo não dependia da abundância ou da escassez de bens materiais, mas da suficiência em Cristo.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Quando honrarmos o Senhor com nossos dízimos e ofertas, Ele derramará sobre nós sua provisão.
(III. Conclusão)
Vimos, pois, que a prática dos dízimos e das ofertas é uma determinação procedente de Deus, que precedeu a lei cerimonial e judicial da nação de Israel (incorporando-se posteriormente a essas), sendo portanto válido para todas as épocas e situações. Evidentemente que fica para nós o princípio de que somos abençoados não porque contribuímos, mas contribuímos porque já somos abençoados. Os fariseus, um grupo judaico radical que buscava cumprir todos os preceitos legais da Lei sem atender às exigências espirituais, observavam a prática do dízimo, numa suposição de que a obediência a um ‘ritual’ liberava-os da realidade maior: a obediência às responsabilidades do amor. O crente não pode estar aliciado a esse pensamento, mas o ensino neotestamentário é que deve nortear as práticas do dízimo e das ofertas “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7). Nossa ênfase na idéia de que aquele que não é dizimista ou não contribui é ladrão, põe aqueles que cobram no papel de sacerdotes-fiscais dos negócios de Deus na Terra. Em Atos 5: 1-11, diz-se que dá quem deseja. Dar sem desejar ou dar mentindo gera morte, não vida. Deus reconhece a voluntariedade do crente em contribuir para o seu Reino e, por graça e misericórdia, derrama sobre nós as suas muitas e ricas bênçãos.
“Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Campina Grande, PB
Fevereiro de 2012,
Francisco de Assis Barbosa,

EXERCÍCIOS

1. Qual o significado do vocábulo “dízimo”?
R. “A décima parte”.
2. De acordo com a lei de Moisés a quem deveria ser entregue os dízimos?
R. Os dízimos deveriam ser entregues aos sacerdotes.
3. Para que eram utilizados os dízimos e as ofertas no AT?
R. Para a manutenção do culto e também para o sustento dos levitas.
4. Cite um dos princípios básicos da prática do dízimo.
R. O reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas.
5. Você é um contribuinte fiel nos dízimos e nas ofertas?
R. Resposta pessoal.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves; CPAD;

CITAÇÕES:
-. 
[1] Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; Nota Textual de Dt 14.28; p. 218;
-. 
[2] Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001; Dinâmica do Reino – Fé como Semente; 2Co 9.8-10; p. 1207;
-. 
[3] Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001; Nota Textual de Joel 2.20; pp. 866 e 867.

OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. HAYFORD J.A Chave de Tudo. 1.ed., RJ: CPAD, 1994, pp.93-4;
-. CABRAL, E. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, p.138;-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007;-. ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009;

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Francisco de Assis Barbosa

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